terça-feira, 19 de março de 2024

Akanis, Akahim e Akakor e os relatos de Tatunca Nara




Existem várias lendas sobre cidades perdidas no Brasil, narrativas antigas que têm sido passadas de geração em geração. No entanto, sabemos muito pouco ou quase nada sobre esses mistérios. Essas histórias mencionam cidades perdidas que remontam a milhares de anos, com ruas pavimentadas com grandes blocos de pedra e pirâmides imponentes, agora envoltas pela vegetação, supostamente escondidas nas selvas brasileiras. Esses relatos foram registrados por diversos exploradores que afirmaram tê-las encontrado ao longo dos séculos passados. Muitos desses exploradores perderam suas vidas nas florestas. O coronel Percy Fawcett, desaparecido em 1925 durante uma expedição na Amazônia, considerava essas cidades misteriosas como tendo alguma ligação com a lenda de Atlântida, ou até mesmo sendo a própria Atlântida, especialmente em uma época em que o clima na região amazônica era mais ameno e o rio Amazonas e seus afluentes fluíam por uma região mais habitável antes da floresta se estabelecer.

Observa-se, a uma altitude superior a 8000 metros, oito formações simétricas que se assemelham a estruturas piramidais nas margens da floresta Amazônica. Explorar essas pirâmides seria uma tarefa árdua, devido à densa selva que teria que ser atravessada a partir do rio Pini Pini, uma parte da região amazônica, e também por causa da presença intimidadora dos índios da tribo Machiguenga, que consideram esses locais como "sagrados" e se veem como seus guardiões. Outro mistério intrigante é a própria origem do nome "Brasil", que possui uma sonoridade peculiar semelhante à de culturas do outro lado do oceano, como a Irlanda. Segundo antigas lendas europeias, anteriores à descoberta da América, Brasília ou Hy Brazil era o nome de uma terra existente além do desconhecido Atlântico. Assim, quando o Brasil foi descoberto, recebeu o nome dessa terra mencionada na lenda. No entanto, o nome parecia carregar uma mensagem, já que B-R-Z-L significa "ferro" em hebraico e também em aramaico, idiomas que foram comuns na Mesopotâmia em tempos remotos. Mais tarde, foi descoberto que o Brasil possui as maiores reservas de minério de ferro do mundo.





A história por trás da lenda de Akanis Akahim e Akakor

A narrativa inicia com a introdução de João Américo Peret, um indivíduo que desempenhou várias funções relacionadas aos povos indígenas, desde sua atuação como parte da equipe de sertanistas do SPI/Funai até seu envolvimento em projetos de preservação cultural e assistência aos índios. Peret também é reconhecido por suas contribuições como arqueólogo, escritor, jornalista, roteirista cinematográfico e fotógrafo. Além disso, ele foi fundamental na criação de instituições como o Museu do Índio e a Comissão Pró-Índio.

Na sequência, Peret relata sobre Tatunca Nara, um indivíduo de origem supostamente mestiça, alegando ser filho de um "índio com alemão". Tatunca Nara ganhou notoriedade ao apresentar uma narrativa surreal sobre supostas cidades perdidas na região amazônica. No entanto, sua história foi amplamente contestada, com muitos o considerando um impostor e até mesmo um assassino.

A história de Tatunca Nara é então apresentada como uma das muitas que Peret investigou ao longo de sua carreira, destacando seu compromisso em esclarecer fatos e melhorar a assistência aos povos indígenas.


João Américo Peret - Photo By Cidadania e Justiça


Biografia


João Américo Peret, foi um dos mais renomados indigenistas do país. Seu currículo foi extenso: Arqueólogo, escritor, jornalista, cronista, contador de histórias, acadêmico, roteirista cinematográfico e fotógrafo.

Como indigenista trabalhou no serviço de proteção ao índio (SPI) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) no período de 1950 a 1970 tendo convivido, nesta época, com o Marechal Rondon e sertanistas conhecidos como os irmãos Villas Boas, Francisco Meirelles e Gilberto Pinto. Participou da criação do Museu do Índio e da criação da ‘Comissão Pró-Índio, no Rio de Janeiro. João Américo Peret morreu em 17/03/2011.

Entrevista

Repórter: Em seu livro "A Crônica de Akakor", o jornalista alemão Karl Brugger relata seu encontro com o índio Tatunca Nara na Amazônia, em 1972, e as incríveis histórias compartilhadas por ele, que serviram de base para a obra. Segundo Tatunca Nara, seres celestiais desceram em naves douradas e estabeleceram três fortalezas - Akanis, Akakor e Akahim - na região do alto Rio Negro. Você tem algum conhecimento sobre isso?

João Américo Peret: Tive um encontro com Tatunca Nara em 1979, na cachoeira da Aliança, no Rio Padauiri, um afluente do Rio Negro, no Amazonas. Gravei suas narrativas extraordinárias em fita cassete. Ele falava sobre pirâmides e cidades subterrâneas, monges espaciais e dispositivos de comunicação intergaláctica. Alegava ser filho de um sacerdote inca que teria atacado um convento, raptando uma freira alemã - sua mãe -, e crescido como príncipe em ruínas incas no Acre. Essas histórias transmitidas oralmente atraíram a atenção de pesquisadores, como o arqueólogo Roldão Pires Brandão, que há anos liderava expedições ao Pico da Neblina em busca de "cidades perdidas".

Tatunca Nara trazia turistas estrangeiros e faturava (US$...). Quando o explorador francês “Jack Cousteau” pesquisou o Rio Amazonas, foi com Tatunca Nara, de helicóptero, “ver as pirâmides”. Mas tudo continuou em segredo. Parece que o único autorizado a escrever sobre o assunto foi Karl Brugger com o livro: Die Chronik von Akakor (Econ verlag Gmbh, Dusseldorf und Ween, 1976). Traduzido sob o título “A Crônica de Akakor”. Direitos de tradução, a Livraria Bertrand Sarl, Lisboa, 1980. Prefácio, Erich von Dâniken. Que tal uma entrevista especial, abordando somente sobre a “Pirâmide e cidades subterrâneas, que só o Tatunca Nara tem o segredo?”.

Repórter: Prezado Peret, muitas pessoas têm curiosidade sobre as supostas pirâmides amazônicas e as 'cidades dos extraterrestres' mencionadas por Tatunca Nara. Você afirmou ter estado na região investigando esses relatos. Pode nos dizer se essas estruturas realmente existem ou se Tatunca Nara era apenas um contador de histórias?

João Américo Peret: Gostaria de mencionar a ABEPA (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas Arqueológicas), fundada em 30/05/1958, sob o nº1026-RJ, pelo presidente professor Roldão Pires Brandão. Foi por meio dela que tomei conhecimento do índio ugha mongulala, Tatunca Nara, em 1979.

O professor Roldão me relatou que, “Conheci Tatunca Nara, ele afirma ser guardião das pirâmides e cidades subterrâneas no Amazonas, localizadas nas cabeceiras do rio Padauiri, no alto rio Negro. Ele me pediu sigilo; Pretende solicitar ao grão sacerdote ugha mongulala para nos guiar até lá. No entanto, alertou sobre o perigo de nos depararmos com índios canibais... Ele precisa que eu ajude a acalmar os índios. Estou indo a Manaus em busca de recursos para a expedição”.

Repórter: E o senhor acreditou nessa narrativa? Considerou-a verossímil?

João Américo Peret: Não. Não havia registros de índios canibais no Brasil contemporâneo. Durante as grandes explorações nas Américas, diversas expedições passaram pela região norte do Amazonas: Philipp Von Hutten, Charles Frederick Hartt, Theodor Koch-Grünberg, Cristóbal d’Acunha, La Condamine, entre outros. No entanto, apenas encontraram artefatos como cerâmica, cestaria, madeira, contas, conchas e inscrições rupestres. Os Cambeba do rio Solimões, que migraram do Peru, possuíam raros objetos de cobre e tecelagem incaica. Os Tukano do Rio Negro tinham alguns poucos artefatos de ouro, como brincos e colares. Eu estava familiarizado com a Serra Curi-Curiari – conhecida como a “Bela Adormecida”, em São Gabriel da Cachoeira, considerada o “Portal” para o Eldorado... Além disso, havia apenas as especulações da literatura de ficção científica, como o livro “Eram os Deuses Astronautas?”, de Erich von Dâniken. Neste livro, ele reproduz uma reportagem minha intitulada “Bep-kororoti, o guerreiro do espaço”, que trata de uma lenda Kayapó.

Repórter: Certamente o senhor ganhou notoriedade, visto que os livros de von Dâniken são traduzidos em diversos idiomas.

João Américo Peret: Talvez... Mas não me importo muito. Em julho de 1979, o professor Roldão divulgou a descoberta das "Pirâmides do Amazonas". Isso atraiu a atenção da imprensa brasileira, que alugava pequenas aeronaves para fotografar as pirâmides. No entanto, devido à neblina, as fotografias não ficaram nítidas.

Roldão me ligou, dizendo: "Venha logo, estrangeiros estão saqueando as relíquias arqueológicas. O suíço Ferdinand Schmid foi preso contrabandeando cerâmica do rio Padauiri. Estou retornando à região com dois agentes da Polícia Federal armados, um monge para conversar com os sacerdotes guardiões, um etnólogo e o índio mongulala Tatunca Nara".

Repórter: Sim, eu tinha cerca de 15 anos naquela época e me lembro dos rumores que dominaram a mídia. Mas o senhor viu essas pirâmides? 

João Américo Peret: Vamos por partes. O professor Roldão liderou uma expedição grandiosa com pessoas inexperientes. Ele ficou tenso e, num movimento brusco com uma carabina, acidentalmente disparou atingindo seu próprio pé. Voltaram para Manaus e ele me chamou. Cheguei lá em 17/09/1979, reunimos o que restava de material e viajamos de carona em um barco até o Rio Padauiri. Na Cachoeira da Aliança, ele me apresentou a um homem que falava português com forte sotaque alemão: era o índio mongulala Tatunca Nara, de quem falei antes... Surpreendentemente, não pude conter minha surpresa: "Mas ele é alemão!..." E Tatunca tentou me convencer do óbvio de todas as maneiras. Ele me convidou para ir à sua casa, onde conheci sua esposa, dona Anita, o casal de filhos loiríssimos e turistas falando alemão, examinando mapas de uso das Forças Armadas. No caminho de volta para nossa hospedaria, ele parou a canoa nas águas calmas da cachoeira e contou uma história incrível, que eu gravei em fita cassete e autorizo a reprodução a seguir.


Tatunca Nara

Confidências Surreais de Tatunca Nara a João Américo Peret


"A tartaruga tatuada em meu peito é um distintivo importante para mim. Sou descendente dos Ugha Mongulala, líderes religiosos do povo Inca. Minha história remonta ao período em que minha mãe, uma médica e freira de origem alemã, residiu na região de Santa Maria, no Acre, por volta de 1930. Apesar de algumas informações conflitantes, como a inexistência de uma missão religiosa na época, é certo que nasci em 1926. Meu pai, chamado Sincáia Inca, também era um líder religioso dos Ugha Mongulala, embora a cidade em que vivíamos fosse mais parecida com Machu Picchu do que com ruínas. Há relatos contraditórios sobre seu envolvimento em um suposto ataque à missão, mas é certo que ele se casou com minha mãe em 1935, cujo nome era Heina, e tive uma irmã chamada Aharira, nascida em 1944. Minha mãe faleceu em 1956.

Em 1957, minha irmã Aharira casou-se com um mensageiro Mongulala que residia em cidades subterrâneas distantes, levando-a para o Acre. Posteriormente, quando o mensageiro retornou, minha irmã e eu o acompanhamos. Foi nessa ocasião que fui apresentado às Pirâmides e às cidades subterrâneas de AKAKOR, onde habitam os sacerdotes Mongulala, minha irmã e uma comunidade privilegiada. Ali são guardadas relíquias e tecnologias avançadas, enquanto a iluminação é proporcionada pela aura das pessoas. Nosso povo é capaz de utilizar a telepatia e a força mental para materializar pessoas e objetos em qualquer lugar. Possuímos avançados meios de comunicação, permitindo a conexão com outros planetas, e nossos meios de transporte incluem discos voadores controlados por sistemas robóticos.

Próximo às nascentes do rio Padauiri, encontra-se a cidade em ruínas de AKAHIN, onde vivem os escravos de AKAKOR, conhecidos como "homens das cavernas". A região é rigorosamente controlada, e qualquer intruso é prontamente eliminado. Tais informações foram compartilhadas comigo por Tatunca, possivelmente com a intenção de impressionar ou assustar. Ele também me alertou sobre possíveis conflitos na região entre os Yanomami e os piaçabeiros, incentivando-me a proteger minha família e considerar a mudança para Barcelos como uma medida de segurança".

A lenda de Akakor e os relatos de Tatunca Nara



A história fantasiosa de Tatunca Nara

Tatunca Nara afirmou que a cidade abrigava um Grande Templo do Sol, que continha documentos, mapas e desenhos que narravam a história da Terra.

"Um dos mapas revela que nossa Lua não foi a primeira, nem a única na história da Terra. A Lua que conhecemos se aproximou da Terra e começou a orbitá-la há alguns milhares de anos", uma concepção claramente influenciada pela Cosmogonia Glacial de Hörbiger.

A terceira fortaleza, Akahim, não é mencionada na crônica antes de 7.315 a.C., está ligada a Akakor e localizada na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Essa é uma das localizações tradicionais de outra das cidades lendárias mais famosas da América do Sul, Manoa do Eldorado, com a qual é explicitamente identificada. A partir dessas três cidades, foram fundadas 26 cidades de pedra, incluindo Humbaya e Patite (Paitíti?) na Bolívia, Emin, nas regiões baixas do Grande Rio, e Cadira (Candire?) nas montanhas da Venezuela. No entanto, "todas foram completamente destruídas na primeira Grande Catástrofe, 13 anos após a partida dos Deuses."

Os "Antigos Pais" também ergueram três locais religiosos sagrados: Salazere, situado nas regiões elevadas do Grande Rio (um afluente do Amazonas, a oito dias de Manaus); Tiahuanaco, sobre o Grande Lago; e Manoa, na planície elevada do Sul. Eram os domínios terrenos dos "Antigos Mestres", proibidos para os Ugha Mongulala. No centro erguia-se uma pirâmide colossal, e uma ampla escadaria conduzia à plataforma onde os deuses realizavam cerimônias desconhecidas para seus servos humanos. Seu império teria abrigado 362 milhões de habitantes: 130 famílias de extraterrestres, dois milhões de Ughla Mongulala e 360 milhões de súditos. 

O idioma dos Ugha Mongulala era o quéchua, escrito com 1.400 símbolos. Diz-se que a civilização de Akakor deu origem à cultura de Tiahuanaco e à civilização Inca. Em 10.481 a.C., os extraterrestres partiram, deixando seu império sob a guarda de seu servidor Ina, instruindo-o a abrigar os Ugha Mongulala em cidades subterrâneas para protegê-los de uma catástrofe iminente. Após o desastre, os 360 milhões de súditos se revoltaram, renegando o legado dos deuses e rapidamente esquecendo sua língua e escrita. Tornaram-se degenerados. A catástrofe de 10.468 a.C. foi atribuída a "outra raça de deuses", caracterizada por pele avermelhada, pêlos abundantes e cinco dedos nas mãos e nos pés, mas com cabeças de serpentes, tigres, falcões e outros animais. As "tribos degeneradas" estabeleceram seus próprios impérios e perseguiram os Ugha Mongulala, cujo líder Urna foi derrotado e morto numa batalha na montanha de Akai. 

Seu povo refugiou-se então nas cidades subterrâneas. Os deuses intervieram novamente e desencadearam uma segunda catástrofe em 3.166 a.C., identificada como o dilúvio bíblico. Os deuses visitaram os Ugha Mongulala e permaneceram com eles por três meses. Fundou-se um novo império centrado em Akakor, governado por um líder chamado Lhasa, que reinou sobre 20 milhões de sobreviventes e fundou Macchu Picchu. Um irmão de Lhasa chamado Samón partiu para leste e estabeleceu seu próprio império. Em 3056 a.C., Lhasa estabeleceu um porto chamado Ofir, onde comerciava com o império de Samón. Este império atingiu seu apogeu em 2500 a.C., governando sobre um império de 243 milhões de habitantes. Em 2470 a.C., "Viracocha, o Degenerado", foi exilado de Akakor por motivos políticos e fundou Cuzco e a nação inca. Posteriormente, o império enfrentou desafios de inimigos e rebeliões.

Em 570 d.C., Akakor estava sob ameaça dos rebeldes e dos incas. Contudo, cerca de mil guerreiros godos chegaram pelo rio Amazonas, aliando-se a Akakor e introduzindo o conhecimento do ferro, do arado e de novas sementes. Estes guerreiros, presumivelmente refugiados da derrota de Teia, último rei ostrogodo, por Narses, general do imperador bizantino Justiniano na batalha do Mons Lactarius em 553 d.C., também se consideravam descendentes dos deuses e foram integrados na comunidade de Akakor. Com sua ajuda, Akakor reconquistou as terras da Amazônia e estabeleceu fronteiras com os incas, mantendo uma convivência pacífica até a chegada dos espanhóis. Em 1532, os espanhóis conquistaram o Império Inca e em 1553 tomaram conhecimento da existência de Akakor. Os líderes de Akakor optaram por se retirar para o interior, abandonando Macchu Picchu e os últimos incas, levando consigo suas riquezas. Apesar disso, um grupo de espanhóis aproximou-se de Akakor, mas foi derrotado em uma batalha no monte Akai. Alguns foram feitos prisioneiros, enquanto outros conseguiram escapar, alimentando a crença na lendária Paitíti dos conquistadores, supostamente habitada por um povo branco. As tribos subjulgadas da Amazônia novamente se rebelaram, formando suas próprias sociedades.

Na cidade aliada de Akahim, as mulheres se recusaram a obedecer à ordem de retirada aprovada pelo conselho e assumiram o controle governamental e militar, lideradas por uma princesa chamada Mena. Conhecidas pelos espanhóis como as amazonas, ou seja, as icamiabas, elas entraram em conflito com os espanhóis por sete anos, separaram-se das tribos rebeldes e estabeleceram uma nova ordem na cidade subterrânea nas montanhas de Parima. Na época em que o livro foi publicado, estima-se que ainda houvesse 10.000 habitantes na cidade subterrânea, os quais só emergiam à superfície para atividades agrícolas e de caça. 

Pouco antes da Segunda Guerra Mundial, o rei Sinkaia de Akakor teria capturado uma mulher alemã chamada Reinha e casado com ela, resultando no nascimento de Tatunca Nara em 1937. Reinha teria negociado uma aliança com os nazistas, na qual o III Reich tomaria posse do litoral brasileiro e Akakor controlaria a Amazônia.

Durante os anos de 1941 a 1945, dois mil soldados alemães teriam chegado a Akakor por submarino, trazendo consigo armas modernas. Após a derrota nazista, eles teriam permanecido e se integrado à comunidade local. A cidade de Akakor na superfície teria sido destruída e abandonada três anos antes do encontro de Brugger com Tatunca Nara, a fim de evitar a descoberta pelos "brancos bárbaros". Seu povo teria então fugido para treze cidades subterrâneas, incluindo Akakor "inferior", Budu, Kish, Boda, Gudi, Tanum, Sanga, Riño, Kos, Aman, Tal, Sikon e Mu. Todas essas cidades eram iluminadas artificialmente, exceto Mu, que era iluminada por chaminés que se estendiam até a superfície e um grande espelho de prata.

Brugger relatou que viajou pelo alto Purus com Tatunca Nara, mas sua canoa virou e, ao perderem os suprimentos e medicamentos, não se atreveu a prosseguir a pé.

O livro previa uma terceira grande catástrofe em 1981, que destruiria a Terra, o que não ocorreu. Em 1985, Brugger foi assassinado a tiros em um restaurante no Rio de Janeiro. John Reed, dos Estados Unidos, liderou uma expedição em busca das cidades e nunca mais foi encontrado. Em 1983, o explorador suíço Herbert Wanner também partiu e desapareceu sem deixar rastros, com seu crânio sendo posteriormente descoberto na floresta e identificado. A alemã Christine Heuser, envolvida na lenda, também desapareceu na floresta. Quando Rüdiger Nehberg e Wolfgang Brög decidiram fazer um documentário sobre o tema, foram guiados por Tatunca, porém notaram várias contradições em sua narrativa. Uma investigação, com a colaboração das autoridades, revelou que Tatunca Nara na verdade era Günther Hauck, um fugitivo da Alemanha. Após um divórcio em 1966, Hauck fugiu para o Brasil para evitar pagar pensão à ex-mulher. Isso explicaria por que ele falava e escrevia alemão muito melhor do que português. Sua ex-mulher o reconheceu, e registros mostram que Hauck já havia usado o pseudônimo "Tatunge Naure" enquanto ainda estava na Alemanha. Günther "Tatunca Nara" Hauck ainda reside em Barcelos, cidade do Amazonas, às margens do Rio Negro. Em 2003, foi considerado mentalmente instável, mas continuou oferecendo seus serviços como guia. Akakor permanece como uma lenda, embora Tatunca Nara não tenha sido quem ele alegava ser. A lenda de Akakor é conhecida desde tempos remotos pelos habitantes da região amazônica.
(Texto adaptado da entrevista concedida por João Américo Peret a Fanzine).

A Cidade Perdida de Z - O Mistério do desaparecimento de Percy Fawcett


3 comentários:

  1. Akanis, Aztlha, Akahim... https://www3.livrariacultura.com.br/aztlan-2112140609/p

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  2. https://www.submarino.com.br/produto/88687099/akanis-a-solucao-final?WT.srch=1&acc=d47a04c6f99456bc289220d5d0ff208d&epar=bp_pl_00_go_g35177&gclid=CjwKCAiAlajvBRB_EiwA4vAqiHaivjjSdI7Xcc5c7-YUVzWRBEIMkIIJRDIb0bU9PA9jhIGEz4cwLxoCN8kQAvD_BwE&i=5d806aea49f937f6253841f7&o=5d1f9e436c28a3cb501f5b46&opn=XMLGOOGLE&sellerId=34140603000100&sellerid=34140603000100&wt.srch=1

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