terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Em que dia Jesus realmente nasceu, é errado comemorar o natal?

Créditos da imagem
Tudo teve início no ano 525 d.c. Ao determinar que o nascimento de Jesus seria em 25 de dezembro do ano de 754, logo depois da fundação do império romano, Dionísio cometeu um erro de cálculo de pelo menos cinco anos em sua datação. Porém ao analisarmos relatos Bíblicos conseguimos chegar num ano mais preciso onde supostamente Cristo teria nascido.

O livro de Mateus, nos informa que Cristo nasceu no reinado de Herodes, o qual morreu em 4.a.C., muito provavelmente em abril ou maio. Acontecimento este que deve ter sido antes da comemoração da páscoa do povo judeu, o que foi antecedido por um eclipse lunar. Segundo registros históricos, o único eclipse ocorrido nesta era possível de ter sido visto da cidade de Jericó, foi um que aconteceu na parte da noite, em 12 ou 13 de março a.C. A morte de Herodes aconteceu posteriormente a este eclipse.

Um ponto de referência muito importante que tem auxiliado historiadores na busca por respostas referente ao nascimento de Cristo foi massacre dos recém nascidos, conhecido como: massacre dos inocentes. Isso porque, muito provavelmente Jesus teria 2 anos nesta época, e não nascido. Outro fato histórico muito importante também foi o censo feito por Augusto, por volta do ano 7 ou 6.
Através dessas referências históricas entendemos que o dia do nascimento de Cristo pode ter sido por volta do ano 5 a 7.

O natal tradicional como conhecemos em referência ao nascimento de Cristo, começou a ser comemorado no dia 25 de dezembro depois de 336 a.C. Antes disso, a data era  tida como um solstício de inverno. Era uma comemoração pagã referente ao nascimento do sol, coincidentemente comemorado próximo a data de celebração de uma festa chamada saturnalia. Festa essa que celebrava o momento em que o sol começava a seguir para o norte. Nessa comemoração as casas eram adornadas com enfeites e árvores, e as pessoas davam presentes umas as outras, organizavam ceias e procissões, justamente pelo sol estar voltando ao sua posição mais alta.

Assim, pelo fato dos primeiros cristãos naturalmente comemorarem esse feriado, a igreja resolveu transformar essa festa pagã em uma celebração cristã. Dessa forma 25 de dezembro começou a ser o símbolo do nascimento de Jesus Cristo. No entanto, no mundo Oriental, o nascimento de Cristo a princípio  era comemorado no dia 6 de janeiro, data essa que estava associada a estrela de Belém.

No ano 194 d.C., foi proposto uma nova data para esta comemoração por Clemente de Alexandria, o qual a transferiu para o dia 19 de novembro do ano 3 a.C. Outros a viam em 30 de maio ou mesmo 19 e 20 de abril. Muito mais tarde, no ano de 214 d.C., foi proposto uma nova data por Epifânio: 20 de maio. 

Na visão da astrologia tradicional, há um forte indicativo de que o dia do nascimento tenha sido em 22 de agosto, num sábado do ano 7 a.C. É importante salientar que o calendário judeu começa justamente no pôr do sol, dessa forma se levarmos em conta que Cristo nasceu após o pôr do sol, entenderemos que seu nascimento se deu muito provavelmente em 21 de agosto do ano 7 a.C.

Então como fica tudo isso em relação a celebração por parte de cristãos? Não há dúvidas de que muita gente alega que comemorar o natal é o mesmo que participar de uma festa pagã, o que ao meu ver é um completo equívoco. Se lavarmos em consideração que a própria história não consegue determinar uma data exata para este acontecimento, o que dirá aqueles que por inúmeras alegações refutam a comemoração. Então o que está em questão não é a data em si, mas a maneira e propósito da comemoração feita nela. 

Hora, se entendermos que natal significa nascimento e, portanto, o nascimento de Cristo, compreenderemos que é um tempo de renovo, esperança, bondade e paz. Então o dia em que ele nasceu já não importa, pois ele mesmo sabe que depois de muitas gerações é difícil lidar com registros antigos. Nessa visão aqueles que de boa fé e com um coração realmente voltado ao verdadeiro espírito do natal o comemoram, não cometem erro algum, mas vivenciam em suas mentes e corações o dia do nascimento de Cristo. As pessoas hoje em dia se prendem a coisas superficiais como datas, dogmas e costumes. Isso nada mais é do que uma espécie de legalismo, que é baseado na crença de que o cumprimento de regras torna o indivíduo merecedor do favor e da salvação divina.

Em relação a isso não eu, mas a própria Bíblia nos informa:

Agora, entretanto, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Ele, como é que podeis pensar em retroceder a esses princípios insignificantes, fracos e pobres, aos quais de novo desejais servir? Guardais dias, meses, tempos e anos.

Há quem considere um dia mais sagrado do que outro; outra pessoa pode entender que todos os dias são iguais. Cada um deve estar absolutamente convicto em sua própria mente. 
Romanos 14:5

Portanto, ninguém tem o direito de vos julgar pelo que comeis, ou pelo que bebeis, ou ainda com relação a alguma festa religiosa, celebração das luas novas ou dos dias de sábado.



quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A civilização dos Messênios


Photo by john antoni - CC BY-SA 2.0


Glorificados pelos Gregos modernos e exaltados nos épicos contos de Homero, os messênios sempre foram tidos pelos gregos como os reais ancestrais aperfeiçoados de sua sociedade tanto antiga quanto moderna. Seguidos pelos deuses, os guerreiros e reis de Micenas teriam protagonizado a famosa Guerra de Troia, sendo os responsáveis por tornar a Grécia uma região sofisticada e temida. Agora, cientistas descobriram que os atuais gregos realmente são descendentes diretos dessa tão poderosa civilização que dominou a Grécia continental e o mar Egeu entre os anos de 1600 a.C. e 1200 a.C.

Civilização esquecida

Homero foi um poeta épico da Grécia Antiga, ao qual tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada e Odisseia. Existe uma intensa discussão entre os acadêmicos relativo à natureza existencial desse suposto autor. Seria ele realmente uma pessoa real e, consequentemente, um gênio, capaz de produzir essas fantásticas obras? Ou será que Homero foi somente um símbolo para um processo de criação envolvendo diversos poetas ao longo da história? Isso é o que estes acadêmicos questionam. De minha parte não tenho dúvidas que ele foi um personagem histórico real e litaeral. Eles também argumentam se Homero seria um ancestral dos homeridae , uma corporação rapsódica formada por cantores profissionais da poesia Homérica associados à ilha de Quios. Tradicionalmente tidos como contos retransmitidos por bardos - sem muito importar a autoria, uma preocupação apenas moderna, a Ilíada e a Odisseia são obras centrais da cultura europeia e trazem importantes informações sobre a Grécia Antiga, apesar das claras licenças artísticas. Como são obras bem distintas, a suposta autoria única de Homero torna-se novamente abalada. Muito provavelmente os contos presentes nessas obras possuíram grande base de transmissão oral, talvez sendo escrito por Homero ou outros, em torno do século VIII a.C., quando a escrita estava significativamente disseminada na Grécia. Traços de repetições e fórmulas nas obras reforça, esta teoria. De qualquer forma, assim como Homero, os Gregos após século XIII a.C. não cansavam de contar histórias sobre os messênios , e a seus olhos, essa civilização original era maior do que a vida.

 Heróis, imponentes reis, com feições de deuses e exuberantes cidades reforçavam os contos. Porém, assim como os Minoicos - cuja civilização floresceu a partir do ano de 3.000 a.C. na Ilha de Creta - os messênios se tornaram uma civilização perdida para o mundo moderno. Nenhuma evidência de Micenas ou da cidade de Troia tinha sido encontrada, até que em 1860 um arqueólogo amador alemão, chamado Heinrich Schliemann, ficou convencido de que os Troianos e os Micênicos de fato existiram. Então, fascinado pela Ilíada, e com sua cópia literária em mãos, em companhia da esposa, Schliemann em 1868 foi em busca da antiga cidade de Troia, orientado pelo conteúdo das obras épicas. Com base nas descrições poéticas, o explorador , auxiliado pelo fato de ser bastante rico, encontrou uma colina na moderna Turquia que se encaixava perfeitamente nas descrições de Homero. Imediatamente iniciou os trabalhos de escavação, revelando a antiga cidade de Troia. Empolgado, ele então foi para a Grécia e conseguindo encontrar também a cidade perdida de Micenas, nas montanhas. A Civilização Micênica desenvolveu-se na Grécia continental, aproximadamente entre 1600 a.C. e 1200 a.C., durante o Período Pré-Homérico. Os micênicos, também conhecidos como aqueus, formaram a última grande civilização desse período, e sua sociedade possuía um comércio ativo e era governada por um rei auxiliado por uma aristocracia guerreira.

Surgimento dos Messênios

Os historiadores acreditam que os messênios tenham se fixado na Península Balcânica por volta de 2.000 a.C. Ainda assim, o período de 1.600 a.C. e 1.200 a.C. foi estabelecido como o auge dos micênicos, época em que exerceram a hegemonia sobre a Grécia continental e as ilhas do mar Egeu. Os micênicos eram um povo indo-europeu que, assim como muitos outros, iniciou um processo de migração e acabou estabelecendo-se na Europa (outros povos indo-europeus estabeleceram-se no planalto iraniano e na Índia. A partir de registros arqueológicos, os historiadores concluíram que os micênicos referiam-se a si mesmos como “aqueus”. O nome “messênios ” foi utilizado em referência à cidade de Micenas. Por volta de 1.400 a.C., os eles absorveram a civilização cretense e ampliaram seu domínio para a ilha de Creta e para todo o Mar Egeu. Isso fez com que determinados elementos da cultura cretense fossem assimilados pelos micênicos, como certos símbolos sagrados da religião cretense que também foram encontrados na religião micênica, como o labrys que é um machado de lâmina dupla, e também e o chifre.

Características da sociedade dos Messênios

Os messênios constituíram grandes cidades na Grécia continental e, entre elas, destacaram-se: Pilos, Tirinto, Argos. A grande cidade micênica, porém, era Micenas, localizada na Península do Peloponeso, que era caracterizada como extremamente fortificada. A construção de fortificações era uma característica das cidades micênicas, e algumas chegavam a ter muros de 13 metros de altura e de até 8 metros de largura. As cidades micênicas – assim como nas cidades cretenses – tinham no palácio o grande centro administrativo, econômico e religioso, além de ser um local onde se estocavam inúmeras mercadorias.

A partir da existência de grandes fortificações, e também das evidências registradas nos afrescos (pinturas nas paredes dos palácios), os historiadores conseguiram concluir que os messênios era uma sociedade militarizada possuidora de uma aristocracia guerreira. Essa elite guerreira tinha importante papel na sociedade junto aos sacerdotes e o rei. Isso nos leva à conclusão de que a sociedade micênica também foi estratificada. O comércio micênico era extremamente ativo e manteve contato com inúmeros povos da Antiguidade. Isso foi comprovado por historiadores e arqueólogos pela grande variedade de mercadorias encontradas nas cidades micênicas e também pelo fato de que itens tipicamente micênicos foram encontrados em locais como Egito, Mesopotâmia, Chipre, entre outros. Especula-se ainda que, se a Guerra de Troia de fato existiu, e teria sido justamente durante o período dos micênicos. O grande registro a respeito da Guerra de Troia é o poema épico de Homero, a Ilíada. A falta de evidências arqueológicas dificultam o trabalho dos historiadores em concluir se o conflito em Troia foi de fato real ou apenas um mito micênico transmitido de maneira oral para as gerações helênicas seguintes. Apesar disso, algumas fontes hititas (povo que habitava a Anatólia) referiram-se à presença de um povo chamado Ahhiyawa (provavelmente os micênicos) na Ásia Menor, no período entre 1.400 a.C. e 1.200 a.C. A presença dos Ahhiyawa, segundo o termo usado pelos hititas, acabou interferindo na política de seus reis (rei dos hititas), que interviram militarmente contra esse povo em uma região chamada Wilusa, local que pode ter sido Troia. Especula-se que esse fato tenha sido o motivo maior que causou a Guerra de Troia.

Decadência dos Messênios

Os messênios iniciaram um processo de decadência por volta de 1.200 a.C. A decadência e o fim de sua cultura , assim como no caso dos cretenses, pode estar relacionado a uma junção de fatores. Os historiadores sugerem que grandes terremotos possam ter causado a destruição nas cidades micênicas. Além disso, acredita-se que a chegada dos dórios – outro povo indo-europeu – à região tenha desencadeado o fim desta civilização. Isso porque os dórios possuíam capacidade militar superior à dos messênios, como o uso de armas de ferro, enquanto eles, os micênicos, ainda utilizavam armas de bronze. Os dórios eram um povo que falava o idioma grego. Muito provavelmente migraram da região da Macedônia até penetrar o território grego. Dessa forma a decadência dos messênios iniciou um processo de diminuição populacional em toda Grécia (que pode estar relacionado com os desastres naturais e invasão dórica) assim como também com pequenas comunidades rurais que receberam o nome de genos. Com isso se iniciou o Período Homérico (1.200 a.C. - 800 a.C.) da história da Grécia Antiga.

Por: Kadumago História e Arqueologia


O Manuscrito 512 e a Cidade Perdida de Muribeca






O documento mais importante que fala sobre as minas de Muribeca apareceu em 1839 no periódico auge do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o IHGB. Se chama: Manuscrito 512. Trata-se do relato da viagem do aventureiro Francisco Raposo, efetuada em 1753. Este misterioso manuscrito contém lá pelo meio de sua rica descrição da cidade perdida, desenhos dos símbolos que foram encontrados pelos bandeirantes gravados em pedra. Em parte são esses símbolos que reforçaram positivamente para que o manuscrito fosse levado à sério, pois especialistas encontraram correlações com letras usadas na antiguidade por civilizações mesopotâmicas.




Uma incrível história onde nos é dito que os aventureiros exploraram a cidade perdida no dia seguinte. Entraram maravilhados no que seria uma grande cidade de pedra com muros ciclópicos, parecida com as cidades Astecas. Na parte central da enigmática cidade havia uma praça com um monólito negro muito alto e que em cuja o topo estava a estátua de um homem que indicava a direção norte.

Há também a descrição de diversos ambientes observados pelos bandeirantes, admirados e confusos com seu achado, todos relatados com associações do narrador, tais como: a praça na qual se erguia uma coluna negra e sobre ela uma estátua que apontava o norte, o pórtico da rua que era encimado por uma figura despida da cintura para cima e trazia na cabeça uma coroa de louros, os edifícios imensos que margeavam a praça e traziam em relevo, figuras de alguma espécie de curvas e cruzes. Ao que tudo indica, A arquitetura descrita evoca a maneira de construir dos romanos, como o triple arco, o detalhe da estátua de um homem que com o braço esticado indicava o Polo Norte, lembrando algumas estátuas romanas, como aquela de Octaviano Augusto que está nos Museus do Vaticano em Roma.

A cidade perdida de Muribeca


A lenda das minas de Muribeca remonta ao século XVI, quando o português Diego Álvares foi o único sobrevivente de um naufrágio próximo a costa do Brasileira. Ao que ao que tudo indica, Francisco Raposo buscava as lendárias minas de ouro e prata de Muribeca, cuja localização física nunca foi conhecida. Muribeca poderia ser uma lenda ou uma cidade que realmente existiu a milhares de anos, portanto neste contexto a busca por minas desconhecidas e cidades perdidas como o Eldorado, Paititi, Z e tantas outras, viria ainda se estender por mais de dois séculos.




Percy Fawcett e o ídolo de Basalto


Segundo afirmava o falecido pesquisador inglês Howard Barraclough Fell, foi precisamente O’Sullivan Beare quem introduziu ao mundo o famoso ídolo de basalto, encontrado por ele nas proximidades das ruínas da cidade perdida da Bahia em 1913. Posteriormente, o ídolo teria chegado às mãos do escritor Sir Henry Rider Haggard, que apresentou a estatueta ao seu amigo Percy Fawcett.Na realidade, Fawcett estava interessado principalmente na zona de Mato Grosso por vários motivos. Primeiro de tudo é que, em suas viagens anteriores escutou várias lendas indígenas que descreviam cavernas, antigas cidades, fortalezas e ruas pavimentadas. Fawcett estudou o ídolo de basalto e começou a acreditar que ele poderia ser uma peça vinda de Atlântida. O resultado da expedição de c, em companhia seu filho Jack e seu amigo Raleigh Rimmel, é bem conhecido: os três aventureiros desapareceram provavelmente perto do Rio Culuene, afluente do Xingu, enquanto se dirigiam à misteriosa Serra do Roncador. 




sábado, 12 de outubro de 2019

A cidade Perdida de Petra

Foto cortesia de flickr licenciada em By-Sa-2.0


No início do ano de 1800, um explorador suíço conseguiu chegar a Petra, o antigo oásis cuja localização foi um segredo bem guardado durante séculos.

Nas profundezas dos desertos e e montanhas escarpadas da Jordânia está um tesouro antigo, a cidade de pedra de Petra. Patrimônio Mundial da UNESCO e uma das sete novas maravilhas do mundo, Petra é uma gigantesca metrópole repleta de túmulos, monumentos e outras estruturas religiosas elaboradas e esculpidas em penhascos de arenito. Acredita-se que já existia em 9.000 a.C. Petra se transformou na próspera capital do reino nabateu. Essa cultura pouco compreendida do oriente médio domina grande parte da Jordânia dos dias atuais. No entanto do século III a.C. até o I d.C., se rendeu ao poder crescente do Império Romano. Após a conquista de Roma e a mudança das rotas comerciais, a cidade declinou em importância até ser totalmente abandonada. Os europeus não puseram os olhos em suas paredes cor-de-rosa durante muito tempo. Mas isso viria a mudar quando no o início do século 19, um viajante que  vestido com trajes beduínos se infiltrou no local misterioso.

 Créditos da imagem - Repositório

Um explorador disfarçado

Em 1812, o estudioso suíço Johann Ludwig Burckhardt viu-se de pé na entrada de um rio, um vale seco, onde seu guia beduíno o havia conduzido. Seguindo o chão rochoso do desfiladeiro, notou como as paredes das cavernas se elevavam tão alto que quase obscureciam o céu. Mas uma visão extraordinária aguardava Burckhardt ao se dirigir para o outro lado: um edifício fantástico, esculpido em rocha sólida e coberto com uma magnífica urna que subia a quase 50 metros acima dele. O explorador suíço teve que conter seu espanto e admiração. Um estudioso apaixonado do mundo árabe, Burckhardt sabia que havia encontrado uma misteriosa cidade perdida, pois havia rumores de que ele havia chegado em suas viagens pelo deserto. Ele foi o primeiro europeu a entrar em Petra por muitos séculos. Envolto em vestes árabes, Burckhardt teve que manter sua excitação para si. Seu guia beduíno acreditava que ele fosse o xeique Ibrahim ibn Abdallah, um estudante indiano nascido e criado nos princípios do Alcorão, que - explicou Burckhardt ao guia em árabe quase impecável - havia chegado a esse lugar remoto para cumprir um voto piedoso. Ele teve que agir com a máxima discrição. Qualquer movimento em falso poderia ter revelado seu disfarce, colocando assim sua missão, e talvez até a sua própria vida em perigo.

Photo by xorge - 24 Petra (679), CC BY-SA 2.0,

Cidade das Lendas

Lendas de riquezas perdidas giravam em torno daquele incrível monumento que Burckhardt acabara de ver. Em árabe, este edifício é conhecido como Al Khazneh, (o Tesouro), por causa das histórias contadas pelas tribos locais sobre um tesouro depositado ali por ladrões, há muito tempo. Hoje, os historiadores acreditam que esta magnífica estrutura seja o túmulo de um soberano do primeiro século, talvez o rei nabateu Aretas IV. Dentro há uma câmara funerária, livre de qualquer detalhe decorativo e, até agora pelo menos, sem nenhum tesouro. É possível também que em suas viagens, Burckhardt tenha escutado as tribos de beduínos contarem outra história de Petra: a do Qasr al Bint (o Palácio da Filha do Faraó). Diz a lenda que pertencia a uma princesa que se comprometeu se casar com qualquer homem que pudesse canalizar a água para o seu palácio. Na realidade este edifício, o único exemplo em Petra de um monumento não esculpido em rocha, é um grande templo. Uma estrutura de tetrastilo  (quatro colunas na frente). Estudiosos especulam que foi dedicado ao culto das divindades dos nabateus Dushara e Al-'Uzza.

Photo by Bernard Gagnon - Own work, CC BY-SA 3.0, 


Oásis dos nabateus

Na Bíblia, a área em torno de Petra é chamada Edom, a terra que acredita-se ter sido colonizada por descendentes de Esaú, o irmão gêmeo mais velho do patriarca israelita, Jacó. É provável que Petra estivesse entre os assentamentos ocupados por tribos semitas, que invadiram a área ao redor do Mar Morto, a noroeste, e do Golfo de Aqaba, ao sul, no século 13 a.C. Petra, junto com uma confederação de outras cidades, estava em constante conflito com as tribos hebraicas a oeste. Muito mais tarde, uma nova onda de colonos chegou, cuja vasta riqueza transformaria Petra na Cidade das Rosas. Estes eram os nabateus, descendentes, segundo o escritor judaico-romano Josefo, da figura bíblica de Nebaioth, filho de Ismael, que foi o filho de Abraão com Agar a Egípcia. Acredita-se que eles tenham se originado na Arábia, chegando a Petra como comerciantes nômades por volta do século IV aC., atraídos pela abundância de água doce. Lá eles mudaram para um estilo de vida estável e se tornaram-se especialistas em engenharia hidráulica, criando um sistema altamente sofisticado de reservatórios e canais de irrigação. A chuva e a água de nascentes foram coletadas em depósitos especiais, a partir dos quais foi distribuída pela cidade. Se a colônia era um oásis urbano exuberante no meio do deserto vermelho, é fácil entender por que, na tradição local, o episódio do livro bíblico do Êxodo, no qual Moisés faz a água fluir batendo em uma rocha com seu cajado esteja em Petra.

 Photo cortesy by flickr licence by-sa/2.0/

De acordo com a versão local, o estreito barranco conhecido como o Siq, ao longo do qual o próprio Burckhardt chegara a Petra, foi formado pela torrente de água libertada depois que Moisés golpeou a rocha. Qualquer que tenha sido a origem desse recurso mais precioso, os inventivos nabateus usaram a água para cultivar sua cidade. Petra floresceu como rotas de especiarias desenvolvidas que ligavam a Índia, a Pérsia e a Arábia com o Mediterrâneo, o Egito e a Fenícia.
Estabelecendo o monopólio do tráfego de caravanas, a capital nabateia conseguiu se proteger dos inimigos, permanecendo aberta ao fluxo principal de comércio através do mundo antigo. Durante séculos, trens de dromedários carregados de especiarias, seda e incenso chegaram a Petra. Desertos cansados, pagavam voluntariamente seus impostos, não apenas para desfrutar da proteção da cidade, mas para estocar o recurso mais precioso que os nabateus poderiam fornecer: água doce. Ao lado a entrada conhecida como CiqPhoto by David Bjorgen - Own work, CC BY-SA 3.0, 

Muitos dos monumentos incríveis de Petra foram construídos durante o reinado do rei Aretas IV, entre 8 a.C e 40 d.C. Durante quase um século, a glória de Petra brilhou intensamente, até ser difundida pelo império maior a oeste: Roma. Em 106 d.C., o imperador Trajano anexou os territórios nabateus e a área ficou conhecida como a província romana da Arábia Petraea. Ofuscada por Bostra (conhecida hoje como Busra ash Sham), a influência política de Petra, a capital da nova província Romana diminuiu. Muito mais tarde, após o colapso do Império Romano, Petra tornou-se uma capital provincial sob o Império Bizantino. Mas quando isso aconteceu, caiu para as forças muçulmanas no século VII, fazendo Petra desaparecer para o mundo. Em ruínas depois de uma série de terremotos, passou a ser conhecida como Wadi Musa chamada de vale de Moisés. Durante as Cruzadas a área era mais conhecida pelo mosteiro de St. Aaron do que pelo próprio nome da cidade. O mosteiro ficava localizado na montanha chamada em árabe, Jebel Haroun ou monte Aaron. Dizem ser o local de descanso do irmão de Moisés. No século XII, o sultão Saladino tomou a maior parte da Terra Santa dos cruzados.

Montanha de Jebel Haroun onde fica o Mosteiro de  St. Aaron  Photo by I, Clem23, CC BY-SA 3.0, 

Jebel Haroun
e o culto de Arão tornaram-se um lugar de peregrinação muçulmana. Mas um grupo de pessoas manteve a lealdade às ruínas de Petra: os beduínos, que usavam a cidade como sua fortaleza. Eles mantiveram sua localização um segredo bem guardado por centenas de anos.

Wadi Musa ou Vale de Moisés Próximo a Petra Photo by Bernard Gagnon - Own work, CC BY-SA 3.0, 

No século XIX, os colonialistas europeus eram motivados por noções românticas e comerciais de exploração ao Oriente Médio. O desejo de encontrar ruínas de civilizações perdidas inflamava a imaginação dos estudiosos, entre eles Johann Ludwig Burckhardt. Nascido em 1784, Burckhardt viajou para a Inglaterra para aprofundar seus estudos em 1806. Estudou árabe na Universidade de Cambridge e tornou-se membro da Associação para a Promoção da Descoberta das Partes Interiores da África, com sede em Londres, que encarregou seu talentoso recrutamento para encontrar a nascente do rio Níger. Burckhardt aceitou.

Johann Ludwig Burckhardt Photo by Unknown

Assim sua expedição foi marcada para embarcar no Cairo. Antes de partir em uma missão tão perigosa, em 1809, Burckhardt decidiu visitar a Síria para intensificar seu estudo do idioma árabe e do islamismo. Foi lá que ele adotou seu pseudônimo, Ibrahim ibn Abdallah, para quem ele começou a criar uma história de fundo. Astutamente ele decidiu que seu personagem, Ibrahim, seria um muçulmano da índia, cujas origens distantes dissipariam qualquer dúvida sobre seu inegável sotaque estrangeiro quando falava o idioma árabe. Depois de um período intensivo de quatro anos de estudo e viagens dentro na Síria, Burckhardt considerou que estava finalmente pronto para ir ao Cairo.

Photo by xorge - 24 Petra (237), CC BY-SA 2.0,

Uma rota direta para o Egito ficava ao longo da costa, porém Burckhardt escolheu um caminho mais difícil, através das rotas desérticas perto do Mar Morto, uma área totalmente desconhecida para europeus. Seu motivo, como ele escreveu, era consolidar seu conhecimento já extenso sobre o mundo árabe, mas também “reunir informações sobre a geografia de uma área totalmente desconhecida”. Burckhardt deixou Damasco em 18 de junho de 1812. Indo para o sul através do que é hoje a Jordânia. Ali ele ouviu pessoas falando sobre uma cidade localizada perto de Jebel Haroun, onde se acredita que a tumba de Aaron estaria localizada. Bem versado em escritores clássicos de historiadores como Diodorus, Siculus, Strabo e Josefo, cujas obras fazem referência à misteriosa Petra, ele percebeu com crescente excitação, que poderia estar de fato perto da cidade perdida. Dessa forma ele inventou uma história bem convincente para seu alter ego, Ibrahim: Ele era agora um peregrino piedoso vindo de muito longe para cumprir uma promessa: "Fazer um sacrifício no túmulo de Aarão". Assim, contratando um guia local, Burckhardt entrou no território beduíno. Em 22 de agosto de 1812, ele emergiu do escuro e estreito rio Wadi, finalmente pondo os olhos no esplendor da fachada do Tesouro. Por todo o seu cuidado e discrição, ele não pôde resistir a examinar as estruturas e fazer anotações. Em seu relato posterior da descoberta, escreveu sobre o momento quase ter parado seu coração, quando seu guia beduíno desconfiado bradou com raiva : “Agora vejo claramente que você é um infiel”, acusando-o de querer roubar o tesouro. Burckhardt porém negou a acusação e continuou em direção ao túmulo de Aaron.

 Photo By Isidore Laurent Deroy - Gen. Ed. Glenn Markoe, Petra Rediscovered: Lost City of the Nabataeans, Thames & Hudson Ltd., 2003, ISBN 0500051267, Public Domain, 

"Há um vale nas colinas de Jebel Shera chamado Wadi Musa", escreveu ele à associação africana em sua chegada ao Egito. "Aqui estão os restos de uma cidade antiga, que conjeturo ser Petra, aplacewhich asfarasIknow, nosso viajante europeu já a visitou.”

Cinco anos depois no Cairo, depois de muitas andanças que o levaram a Meca e Medina, ele finalmente estava pronto para explorar o rio Níger. Mas em uma vida curta, repleta de aventuras, Burckhardt nunca a alcançaria. Aos 32 anos ele sucumbiu à disenteria, não realizando seu sonho de revisitar as maravilhas que havia examinado sob o olhar desconfiado e vigilante de seu guia beduíno.

terça-feira, 25 de junho de 2019

1421 O ano em que a China descobriu a América


A teoria de que os Chineses estiveram nas Américas antes de Colombo

O pesquisador Fausto Guimarães estuda desde 2005 uma possível passagem de navegadores chineses em Santa Catarina cerca de 80 anos antes da chegada do português Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Ele que lançou um romance em 2010 intitulado: A rampa do Santinho: um legado chinês na Ilha de Santa Catarina disse, a uma revista de história em quadrinhos em inglês com distribuição gratuita que se chama: The Great Journey to the Lands of the West - 1421, (atualmente esgotada) sobre a incursão oriental na América do Sul. Ele acredita que as inscrições rupestres, principalmente aquelas existentes na Ilha dos Arvoredos, sejam ideogramas chineses. Em sua concepção, esse povo teria convivido em harmonia com as tribos indígenas locais, inclusive, interferindo na confecção de equipamentos de pesca e cerâmica. Na academia, arqueólogos e historiadores contestam tal versão e insistem na impossibilidade de datar ou atribuir autoria específica às intervenções feitas em formações rochosas do litoral catarinense. Guimarães rechaça a visão eurocêntrica sobre o descobrimento do Brasil ao relembrar a potência náutica dos chineses que, na sua visão, seriam os verdadeiros protagonistas. Nesse pano de fundo romanceado e até lúdico, segundo ele as inscrições rupestres presentes em Santa Catarina nas praias do Santinho, na Ilha do Campeche e na Ilha dos Arvoredos, podem ter sido feitas pelo povo chinês entre 1421 e 1423.
"O que faço são comparações entre desenhos daqui e da China, porque tem evidências. Tem caracteres, por exemplo, na Ilha dos Arvoredos, que eu levei ano passado para a China para mostrar a eles, de cara, me disseram: isso é nosso! Tem até a foto no livro trazendo a comparação desse desenho dos Arvoredos com um caractere da dinastia shang, há 1,7 mil anos atrás"
garante Guimarães. A demonstração a que Fausto se refere aconteceu em 2013 no seminário "Viagens Marítimas Chinesas do Século XV", quando foi a convite das universidades de Macau e Shanghai. Também esteve na Associação Macau para promoção e intercâmbio entre Ásia-Pacífico e América Latina. Guimarães é formado em História, mas seguiu a carreira do funcionalismo público na capital catarinense. Em paralelo, passou a investir de maneira solo em estudos e viagens.
"Comecei a fazer uma série de associações e aí a fazer uma pesquisa de campo na Inglaterra por conta própria. Eu sempre fui muito independente. Não tenho vínculo acadêmico. Tenho a graduação e não quis entrar nesse universo de pesquisa acadêmica, porque não era a minha praia. gosto mesmo é de campo e de ir à luta.
diz ele. Em uma viagem à China em 2005, ouviu de uma guia turística que o povo dali teria ido em embarcações até a Amazônia. Foi exatamente essa possibilidade da passagem daquele povo pelo continente ocidental que lhe despertou o interesse pela temática. Na volta da viagem leu a obra 1421: "O ano em que a China descobriu o mundo" em 2006, do inglês Gavin Menzies, que traz a possibilidade das inscrições rupestres catarinenses serem "códigos secretos" dos chineses que ali passaram. A obra no entanto, foi duramente criticada por outro historiador: Robert Finlay, da Universidade de Arkansas. Em uma resenha à revista Journal of World History o estadunidense disse que "o raciocínio em '1421' é inexoravelmente circular, sua evidência é espúria, sua pesquisa é irrisória, suas citações são desmazeladas e suas afirmações são despropositadas".

1421 O ano em que a China descobriu a América


Fortes evidências - Mapas mostram que chineses antigos descobriram a América

A descoberta da América tem sido atribuída ao navegador italiano Cristóvão Colombo por séculos, porém marcações antigas esculpidas nas rochas nos Estados Unidos similares as de Santa Catarina, e tem lançado refutações ao descobrimento clássico de Colombo por parte de alguns. Em 1973 o falecido Dr. Hendon Harris Jr. publicou um livro que documentava o que ele acreditou ser a prova de que os Chineses descobriram e colonizaram a América milhares de anos antes da chegada de Colombo.

A suposta prova baseia-se num velho mapa mundi que ele encontrou em um livro de mapas um ano antes em uma loja de antiguidades na Coreia. Intitulado “Tudo abaixo do Céu”, o antigo mapa Chinês não só mostra grandes massas terrestres como a Ásia, África, Austrália e Europa como também localiza o mítico território de Fu Sang, que significa “Terra do ocidente”. Região que conhecemos hoje como América do Norte e do Sul. Harris, um missionário de terceira geração nascido de pais americanos em Kaifeng, China, percebeu que tinha se deparado com algo grande. Ele estava ciente sobre Fu Sang devido ao seu conhecimento sobre o “Shan Hai Jing” ou “Coleção das montanhas e mares”, um clássico Chinês que acredita-se, ter sido escrito há dois mil anos. O clássico documenta as antigas viagens dos Chineses e descreve a geografia e lendas das regiões vizinhas. Baseado-se nesse mapa e em cerca de outros 30 similares oriundos do original “Shan Hai Jing”, Harris teorizou em seu livro “Os pais asiáticos da América”, que os chineses percorreram os mares e alcançaram as Américas em aproximadamente 2.200 a.C e são os ancestrais dos Índios Americanos.


Somente algumas copias do livro de Harris foram distribuídas, mas na altura da sua morte em 1981 ele colecionou sete livros de mapas similares e encontrou 23 outros em museus famosos de todo o mundo.  O mais antigo dos mapas de Harris acredita-se que seja da dinastia Ming (1368 até 1644), mas o mapa mundi em cada livro supõe-se ter sido feito a partir de um mapa Chinês muito mais antigo. Charlotte Harris Rees, uma das filhas de Harris, inicialmente era cética sobre teoria do pai e durante anos a sua coleção de mapas permaneceu negligenciada debaixo da cama do irmão. Mas ano passado Rees publicou seu próprio livro, “Mapas secretos do mundo antigo” que defende a teoria do pai de que antigos criadores de mapas da Ásia vieram para as Américas e documentaram o território do novo Mundo muito antes de Colombo ter chegado.

Segredos escondidos à vista

Rees, que vive na Virgínia, esteve numa turnê de palestras em 2009 e, no dia 20 de outubro, se apresentou na Universidade Simon Fraser de Vancouver.
“Até agora tem sido quase como o Código Da Vinci – segredos que foram escondidos à vista”,
disse Rees ao Epoch Times.
“Não é que os mapas nunca tenham sido vistos antes, mas as pessoas interpretaram mal e muitos livros dizem que estes dados são em parte reais e em parte mito porque não conseguem acreditar que outras pessoas pudessem ter chegado à América tão cedo”.
Em 2003, Rees estava disposta a examinar a teoria do pai com toda a seriedade depois de ler “1421”, um livro de Gavin Menzies que provocou um debate mundial. Menzies defende que os Chineses descobriram a América em 1421, 71 anos antes de Colombo. Rees enviou um e-mail a Menzies acerca dos mapas do seu pai, que mostram que os chineses descobriram a América muito antes de 1421. Ela também levou a coleção de mapas da sua família para a Biblioteca do Congresso em Washington, onde permaneceram por três anos, enquanto especialistas vinham da China para os estudar. Enquanto isso, ela iniciou uma pesquisa de cinco anos que a convenceu de que seu pai estava certo. Ao longo de sua pesquisa, ela foi orientada pelo Dr. Cyclone Covey, professor emérito de história da Universidade Wake Forest, Carolina do Norte, que há mais de 50 anos estuda a história americana antiga e sua associação com a China. Com a ajuda de Menzies, Rees foi convidada para falar no Congresso da Biblioteca (Library of Congress) em 2005. E para ajudar o livro do seu pai a alcançar mais leitores, em 2006, Reed publicou uma versão resumida do original de 800 páginas. O Dr. Hwa- Wei Lee, chefe aposentado da Divisão da Ásia do Congresso da Biblioteca, tem apelidado a pesquisa de Rees como “uma grande contribuição para a história inicial das Américas e às relações com a China e outras partes da Ásia”.

Abundância de provas

Rees também se deparou com resistências. “Existem algumas pessoas que são muito contra isso. Sempre que se tenta rescrever a história, é muito difícil mudá-la”, afirma. Por exemplo, um grupo internacional de acadêmicos dirige um website que disputa com a teoria de Menzie. Rees afirma que apesar das escolas, no inicio do séc XX, ainda ensinarem que os chineses já haviam chegado e se estabelecido na América há pelo menos mil anos, esta informação foi removida dos livros escolares quando o Dia de Colombo foi declarado como uma feriado nacional nos E.U.A. No entanto a determinação de Rees é imperturbável.
“Existem muitas provas que nos chegam de varias áreas, incluindo de DNA, escrituras chinesas antigas encontradas em múltiplos locais nas Américas e pessoas que têm comparado o calendário Maya ao antigo calendário Chinês”,
afirma Rees. Muitos estudos independentes têm sido completados ou estão a ocorrer; e seu livro cita mais de 200 trabalhos que contêm provas de várias disciplinas incluindo ciência, arqueologia, oceanografia, filosofia, antropologia, arte, linguística e matemática.

 Foto créditos Bles
A glória da China

Como puderam os Chineses atravessar o Pacifico em um ano tão remoto como 2.200 a.C? De acordo com registos históricos, há quatro mil anos atrás os Chineses já eram muito avançados, diz Rees.
“Eles tinham escrita, seda e eram capazes de navegar pelo oceano”.
Ela acrescentou que existe uma corrente quente no Pacifico Norte que, na realidade, “age como uma esteira rolante” que empurra os objetos da Ásia até às Américas e depois costa abaixo, havendo uma corrente de retorno no equador. Rees disse que o pai acreditava que os antigos chineses e outros asiáticos realizaram muitas viagens para o novo mundo, mas um grande numero de provas se perdeu. Em particular, a China iniciou uma política de isolamento no século XV. “Tornou-se uma ofensa a capital a navegação marítima e queimaram os seus mapas e navios”, diz ela. Durante 250 anos, alguns acadêmicos Europeus especularam sobre se Fu Sang ficava, de fato, na América. Mas sem um mapa que mostre Fu Sang, eles não puderam provar. Quando Harris descobriu o antigo mapa na Coreia, foi o primeiro em tempos recentes a fazer a associação, diz Covey. As evidências continuam a crescer. Enquanto isso, Ress se diz estar satisfeita que mais pessoas conheçam seu livro e saibam sobre a pesquisa de seu pai.
“O resultado final destas descobertas revolucionarias trará maior glória à China, Índia oriental, Japão e Coreia, e mais respeito e valorização dos índios da América do Norte, Sul e Central”, escreveu Harris em seu livro.

sábado, 22 de junho de 2019

Os misteriosos dólmens do Cáucaso

Créditos da imagem

Dólmens do Cáucaso

O Cáucaso ocidental, que se estende por mais de 442,57 km da extremidade ocidental de suas montanhas e localiza-se a 50 km a nordeste do Mar Negro. É uma das poucas grandes áreas de montanha da Europa que não experimentou o impacto humano. Pontilhada em sua paisagem intocada estão milhares de antigas estruturas megalíticas construídas há milênios. Arqueólogos não sabem quem as construiu, de onde as pedras vieram, ou o qual o seu verdadeiro propósito, levando a muitas especulações na comunidade científica.

Os russos chamam essas estruturas megalíticas de "Portais de túmulos", apesar do nome, não há evidências sólidas de que seu propósito original tenha sido para enterro. Arqueólogos estimam sua idade em torno de 4.000 a 6.000 anos, com base nas cerâmicas encontradas nas proximidades desses dólmens, bem como restos humanos, mas não há como provar se foram colocados lá posterior ou anteriormente, sendo assim sua datação ainda é envolta em mistérios.

Embora existam dezenas de milhares de dólmens em todo o mundo, particularmente em toda a Europa, os dólmens caucasianos representam um tipo único de arquitetura pré-histórica, construída com blocos de pedras ciclópicas feitos com uma precisão incrível. As pedras foram moldadas em ângulos de 90 graus, para serem usadas como cantos, e todas são marcadas com um portal circular no centro da fachada. Enquanto os buracos redondos são os mais comuns, os quadrados também foram encontrados em quase todos os túmulos e usados para bloquear o portal da frente.
Dólmens  caucasianos com círculo

A maioria dos dólmens caucasianos contém um círculo quase perfeito em sua frente. A fachada frontal se estende, criando uma área onde acredita-se que os rituais,  teriam ocorrido. Essa parte geralmente é delineada por grandes paredes de pedra, às vezes com mais de um metro de altura. Foi neste local que cerâmicas e ferramentas de bronze, ferro e ornamentos feitos de prata e ouro e pedras preciosas foram encontrados, juntamente com restos humanos.
Dólmen caucasiano cercado por um muro de pedra

Há também dólmens cercados por um muro de pedra, formando um ponto central. Aproximadamente 3.000 destes monumentos megalíticos são conhecidos no Cáucaso ocidental. O peso médio de cada estrutura é de 15 a 30 toneladas, e o incrível disso é que não há nem mesmo o menor vestígio de uma pedreira no Cáucaso Ocidental, nem foram encontrados caminhos com evidências de cargas pesadas que possam ter sido usadas para traze-las ao local. A própria construção em si é impressionante.

Na maioria dos dólmens, os enormes tampos de pedra se juntam precisamente com sulcos perfeitamente encaixados e moldados. Os vãos entre as pedras são tão estreitos que é impossível enfiar uma lâmina entre os eles. Em 2007 foi decidido que se reconstruiria um dólmen das placas de pedras de estruturas destruídas em Gelendzhik num processo de montagem com ferramentas elétricas modernas de alta precisão. Apesar da ajuda de toda tecnologia, os construtores não conseguiram atingir o mesmo nível de precisão que os construtores pré-históricos alcançaram.

Círculo central do dólmen caucasiano

Os Dólmens caucasianos são conhecidos por exibirem bordas juntas e retas com ângulos precisos, e um círculo perfeitamente posicionado em seu centro. Quem construiu essas misteriosas estruturas megalíticas? Como conseguiram tal precisão nas construções? De acordo com o Vladimir Markovin, um arqueólogo que dedicou grande parte de sua vida ao estudo dos dólmens caucasianos, as pessoas da época viviam em cabanas de lama, não tinham conhecimento de ferro ou roda de cerâmica e cultivavam terras com enxadas. No entanto, eles ainda tinham construções, cujo design é impressionante, mesmo para padrões modernos.

Lendas locais

Muitos moradores locais contam lendas de anões que se estabeleceram na área; pessoas que eram tão pequenas que usavam lebres para andar. E assim como nos contos de fadas, eles viveram ao lado de gigantes que construíram moradas de pedra para seus vizinhos fracos. Dessa forma que pudessem se refugiar do mau tempo. No entanto, os gigantes não foram recompensados por sua suposta gentileza. A fim de domar tais gigantes, esses anões os cegaram e deram-lhes ervas para alteraram suas mentes. Os gigantes começaram a perder a cabeça e começara, uma guerra, dando início a uma carnificina, resultando na extinção em massa dos anões e deles mesmos, ficando apenas as construções megalíticas que vemos hoje, no caso aqui seriam os dólmens. Assim diz a lenda local do Cáucaso.

Explicação arqueológica

Arqueólogos apresentaram duas hipóteses principais sobre o propósito dos dólmens: A primeira é que eles seriam lugares de adoração tribal. A segunda que eles faziam parte de um amplo local de enterros. Durante escavações, muitos deles continham restos de pessoas que haviam vivido durante diferentes períodos históricos, e ao lado de cada um haviam vários itens que indicavam a crença em uma vida após a morte. No entanto, muitos pesquisadores argumentam que os enterros constituem uso secundário e não foram o motivo original para sua construção. Também tem o fato de muitos dos esqueletos não fazem parte da era de construção dos dólmens que são muito mais antigos.

Vídeos relacionados




domingo, 16 de junho de 2019

O Mistério dos Crânios Alongados ao redor do Mundo

 O antropólogo forense Luis Castedo mostrando uma recontituição do crânio e rosto de um habitante da cultura tiwanaku, em La Paz . Foto créditos: ISTOÉ

Peru, novembro de 2011. Na América do Sul, os jornais da tribuna latina publicaram em suas manchetes: "Múmias descobertas com características não-humanas na cidade de Cusco". As notícias eram sobre duas pequenas múmias descobertas no distrito de Andahuaylillas, província de Quispicanchi, região de Cuzco, no Peru. As múmias estavam em um "Apu", montanha sagrada pertencente a uma divindade, localizado a mais de 2.00 metros acima do nível do mar, um domínio do deus Viracocha, que segundo alguns relatos, é cenário de frequentes avistamentos de objetos estranhos.

A descoberta foi divulgada à imprensa pelo diretor do Museu Ritos Andinos, Renato Davila Riquelme, que, em algumas ocasiões, descreveu uma das múmias como tendo características "não-humanas". Ele disse que os ossos das costelas e dos membros inferiores são muito finos e delicados. Uma das múmias tem uma abertura no topo da testa e os molares são de adulto. Um médico espanhol e dois cientistas russos examinaram a múmia e disseram que "não é de um ser humano". Mas para tal afirmação seria preciso uma análise de DNA dos restos mumificados, o que poderia ser uma prova definitiva, disseram as pesquisadoras russas Andrianova e Popova. O outro espécime é ainda menor e e mais estranho, com apenas 30 cm de comprimento e características semelhantes da primeira múmia. No entanto, este não tem rosto e seu corpo é coberto por uma fina membrana semelhante a uma placenta.
Museu Ritos Andinos - Foto créditos: Peru Travel Club
                                                           Cidade de de Andahuaylillas - Google mapa

A cabeça é de um formato estranho, quase tão grande quanto o seu corpo, medindo de 50 cm, grandes órbitas oculares e dentes com características não humanas e tem confundido a maioria dos antropólogos. As misteriosas múmias forma encontrados na cidade de Andahuaylillas, província sulista de Quispicanchi. Seu descobridor, o antropólogo Renato Davila Riquelme, está convencido de que as múmias, que agora estão em exposição no museu Rituais Andinos, localizada no distrito de Andahuaylillas em Cusco, Peru, pertence a um ser não humanos. Três antropólogos, da Espanha e da Rússia, foram ao museu para investigar as descobertas e concordaram que elas "não eram seres humanos normais".
“A cabeça é triangular, na verdade é do tamanho do corpo e pensei que era de uma criança, mas médicos espanhóis e russos vieram e nos confirmamos que não são".
disse a agência peruana RPP. Riquelme . Eles alegaram que não conhecem nenhum grupo étnico que tenha características físicas semelhantes das múmias e descobriram que a fina estrutura óssea não permite especular se seriam anões humanos com deformidades físicas. Os restos de um globo ocular na órbita direita ajudará a determinar o DNA e esclarecer a controvérsia.

Foto Créditos: Agência Peruana de notícia Andina

Os seres humanos poderiam ter cabeças maiores em um ponto e possivelmente maiores habilidades mentais? A resposta a essa pergunta só pode ser especulada, mas é certo que alguns humanos tiveram crânios maiores em algum momento. Os crânios alongados de Paracas  são evidências disso. Esses restos provam que houve civilizações  com maior volume de massa craniana que viviam no que hoje é o sul do Peru. Assim como muitos outros mistérios antigos, esse é mais um grande enigma da arqueologia. Há também teorias de que sejam dos antigos Nefilins descritos na Bíblia e em muitas culturas antigas ao redor do mundo. A grande verdade é que todos esses vestígios continuam envoltos em mistérios, e a ciência atual ainda não foi capaz de desvenda-los. A explicação alternativa para as descobertas bizarras é que os crânios teriam sido artificialmente deformados como parte rituais tribais. A prática do alongamento do crânio pode significar afiliação de grupos ou status social  e remonta a 9.000 anos. É comum em várias culturas tribais ao redor do mundo ainda hoje. No passado foi entre os maias, nativos norte americanos e aborígenes australianos. Os estilos de moldagem da cabeça se dividia em três grupos: plano, redondo ou cônico. Para alcançar a forma desejada, a cabeça era envolvida em um tecido apertado. No caso do achatamento craniano, a cabeça era colocada entre dois pedaços de madeira. A técnica geralmente seria realizada em uma criança, quando o crânio é mais flexível. O pano seria aplicado a partir de um mês após o nascimento e mantido no local por cerca de seis meses.

Na pintura abaixo de Paul Kane, vemos uma criança norte-americana Chinook no processo de achatamento de cabeça, e um adulto. Após o processo. A cabeça teria aparência similar a de muitos dos misteriosos crânios alongados encontrados no Peru. Assim, explicações científicas ortodoxas relacionam Crânios Alongados à "deformação craniana", causando crânios humanos alongados. Este foi considerado um fenômeno mundial encontrado em áreas como o antigo Iraque, Malta, Melanésia (especificamente perto de Vanuatu), Rússia, América do Norte e do Sul e possivelmente Egito durante o período de Amarna, durante o tempo de Akhenaton e Tutancamon, mas este último é debatido calorosamente pelos estudiosos. Em termos cronológicos datam aproximadamente de 4000 a.C. e 300 d.C. O processo de deformação geralmente muito cedo, talvez logo após o nascimento, e continuava até a completa calcificação do crânio estar completa. A maioria dos acadêmicos acredita que isso foi conseguido pela ligação do crânio com cordas e tábuas de madeira planas. Os últimos a realizar essas práticas foram os integrantes da tribo Mangbetu e os nativos de Vanuatu no final do século XIX na África.

 Créditos da imagem: Paul Kane 

Algumas culturas do Peru mostram a possibilidade de que alguns indivíduos tenham nascido com crânios alongados. Um incrível esboço detalhado, feito por Johan Jakob von Tschudi, e publicado em um livro que ele escreveu em parceria com Mariano E. Rivera em 1851, chamado Antiguidades Peruanas, mostra um feto humano com um enorme crânio alongado. O feto foi rotulado como Inca, mas sua localização exata não foi revelada por Tschudi. Curiosamente, como nenhum retrato dos incas foi feito antes da chegada dos espanhóis em 1532, não sabemos como eles se pareciam, levando em consideração também que uma brutal guerra civil que precedeu a conquista espanhola, provavelmente em 1531 resultou na grande maioria da família real inca abatida em 90%.

Créditos da imagem: Alchetron


Deformação craniana

Sociedades em todo o mundo retratam características distintas que definem sua cultura. Das roupas ao idioma falado, os costumes e tradições são passados de geração em geração, e cada um deles pode fornecer pistas sobre um determinado grupo cultural. Há uma série de costumes universais que são praticados em cada continente ao redor do mundo. Eles incluem circuncisão, morte, rituais de enterro e deformação craniana. Seu propósito e significado aparentemente perdidos pelo tempo nos deixaram mais perguntas do que respostas. Antigamente acreditava-se que as modificações na cabeça haviam se originado no antigo Egito e depois se espalharam pelo mundo. Pesquisadores no entanto  concluíram que esse fenômeno não foi isolado. Em vez disso, essa marca bizarra de sociedades antigas surgiu em todo o mundo em diferentes grupos culturais de formas independentes. Muitos acreditam que seja um passo inerente à "evolução" da cultura de um grupo, o que particularmente acho muito improvável.

Créditos da imagem: Marcia K Moore Ciamar Studio 

A deformação craniana é uma tradição distinta e dolorosa. O objetivo dela é alongar a forma da cabeça. Este procedimento uma vez realizado, não pode ser revertido. Os indivíduos que realizaram o procedimento ao contrário da circuncisão, não podem ocultá-lo. É um marcador visível permanente que identifica não apenas um grupo cultural, mas também seleciona indivíduos dentro dessa sociedade. Quando uma criança nasce, a cabeça do bebê é moldada em uma forma única, longa e esbelta. O método mais simples empregado era pressionar ou massagear suavemente a cabeça da criança diariamente até que a forma desejada fosse alcançada. O segundo método restringe a cabeça da criança em um dispositivo mecânico que, com o tempo, produzirá a forma alongada desejada. As modificações da cabeça são sempre realizadas durante a infância. É quando os ossos cranianos ainda estão macios e maleáveis e as suturas entre os ossos cranianos não são fixadas. Isso permite moldar ou remodelar a cabeça. Mas por que uma mãe sujeitaria seu filho a um processo tão doloroso e contínuo? Crânios exibindo sinais claros de deformação surgiram no registro arqueológico do início da era neolítica, começando por volta de 10.000 a.C. A prática de modificações na cabeça durante este período parece episódica. Isso pode ser devido ao número de indivíduos cujas cabeças foram modificadas ou que podem estar ligadas ao número limitado de restos mortais que foram desenterrados. Alguns dos primeiros exemplos de crânios antigos descobertos foram encontrados no sudeste da Austrália em Coobool Creek e Kow Swamp.

 Entrada da caverna de Shanidar Iraque - Foto créditos: JosephV

Notavelmente descobrimos que esse costume também foram encontrados na caverna de Shanidarno Iraque, no mesmo período. Nas terras altas do leste do Brasil, um crânio foi recuperado da Gruta de Confins, que remonta a 7.566 a.C. Começando por volta de 5.000 a.C, a tradição da modificação do crânio parece ter se expandido. Esta suposição é baseada no aumento do número crânios alongados recuperados. Alguns pesquisadores acreditam que a manipulação craniana cresceu rapidamente à medida que as primeiras sociedades de caçadores-coletores começaram a se aglutinar em ambientes urbanos. Estatuetas com crânios deformados também começam a aparecer no registro arqueológico, apoiando ainda mais a antiguidade e a distribuição desse costume. No mundo moderno, a tradição de deformação craniana é frequentemente associada a antigas culturas indígenas e não a civilizações ocidentais avançadas. Se foi praticado no mundo ocidental, pode-se supor que ocorreu em algum momento do nosso passado remoto e foi abandonado pela sociedade civilizada. Isso está longe de ser o caso.  Na Europa pesquisadores como o neurologista e psiquiatra Achille Foville, documentaram a prática da deformação craniana na França, examinando crânios de internos em um asilo público francês, em 1833 ele avaliou 431 indivíduos na instalação. Suas descobertas revelaram um notável 50% da população com sinais claros de deformação, com alguns deles sendo considerados severos em sua estimativa. Independentemente de onde foram encontrados, a maioria dos crânios modificados possui semelhanças notáveis. Sulcos transversais ou depressões foram observados nos crânios, indicando que a pressão foi aplicada na cabeça. Essas primeiras descobertas, assim como muitas outras mais recentes, mostram sinais claros de que foram manipulações intencionais e não  resultado de problemas genéticos ou congênitos. Existem duas formas primárias de deformação craniana artificial - tabular e circunferencial. As modificações cranianas tabulares envolvem a compressão da frente ou da parte  de trás do crânio da criança por meio de um berço ou outro aparelho cefálico. É o tipo mais proeminente de deformação encontrado em todo o mundo e inclui variações não intencionais, ainda que não naturais, do crânio. Após o nascimento, uma prancha é colocada na cabeça da criança. Isso achata a testa sua testa. Se a cabeça da criança for colocada e comprimida entre duas tábuas, tanto a frente como a parte de trás resultará numa forma mais exagerada. Esse tipo de modificação faz com que o crânio se expanda lateral e superiormente. O escritor Garcilaso de la Vega em 1609 descreveu os métodos usados pelos habitantes de certas regiões do Peru. Ele afirma:
"Desde o nascimento, eles pressionaram o crânio de seus filhos entre duas tábuas amarradas nas extremidades, que apertaram um pouco todos os dias ... Depois de três anos, o crânio de uma criança foi deformado para a vida toda, então eles removeram o aparelho."
A modificação da cabeça por meio do método tabular pode ocorrer de forma não intencional como efeito colateral das práticas de cuidado infantil. As modificações circunferenciais, por outro lado, são inquestionavelmente produzidas intencionalmente. Ligaduras constritivas são enroladas como um anel apertado ao redor do crânio forçando seu crescimento para cima. Este método reduz o diâmetro do crânio enquanto o empurra para cima e para trás. Até três bandas foram usadas para produzir uma forma de cabeça cônica. Evidências, baseadas em crânios descobertos, sugerem que o número de bandas aplicadas a indivíduos selecionados dentro de uma comunidade variava. As bandas mais usadas produzem uma forma de crânio mais exagerada. Tampas de encaixe apertadas ou capotas também foram usadas para produzir uma aparência alongada na cabeça. Pesquisas de deformação craniana em todo o mundo também revelaram uma outra descoberta notável: Se a tradição de deformação craniana tivesse se originado em um local e depois se espalhado pelo globo, então encontraríamos grandes áreas geográficas nas quais os métodos de modelagem da cabeça tabular foram empregados de forma única e depois outros que utilizassem o método circular. Um exemplo disso seria a descoberta de apenas modificações tabulares no sul e na meso América e modificações de estilo circunferenciais no Egito

Ao contrário disso o que encontramos são muitos casos em que ambos os tipos estão sendo utilizados dentro de uma proximidade relativamente próxima uma da outra. Por exemplo, para a cultura aimara da área montanhosa perto de Tiwanaku, no Brasil, a prática predominante era de compressão circunferencial. Ao mesmo tempo, nas áreas costeiras do Peru, as deformações tabulares foram predominantes. Mesmo nos países insulares da Oceania, modificações circulares foram encontradas em países como Malekula e New Hebrides, enquanto modificações tabulares são praticadas nas vizinhas Ilhas Salomão e na Nova Caledônia. Eles também descobriram que os métodos, costumes e tradições usados parecem os mais intensos em áreas geográficas específicas e se deterioram à medida que se afastaram deste ponto focal, até que finalmente a prática não ser mais executada. Essa dispersão sugere que esse rito foi estabelecido em centros culturais principais e depois se espalhou para as áreas circundantes. Em todos esses relatos e vestígios o que percebemos é que há uma grande diferença entre crânios alongados. Existem os que são naturais e os que são feitos proporcionalmente. A grande pergunta é? Porque essas antigas culturas se davam ao trabalho e a tortura de seus filhos de modificarem seus crânios? A resposta que vem a calhar é que esses homens tiveram contato com seres completamente diferentes de nossas origens, e assim civilizações antigas os tomaram por deuses tentando reproduzir sua aparência em si mesmos como forma de tributo e adoração.

Gilgal Refaim a Roda dos Gigantes