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O Mistério dos Crânios Alongados ao redor do Mundo

 O antropólogo forense Luis Castedo mostrando uma recontituição do crânio e rosto de um habitante da cultura tiwanaku, em La Paz . Foto créditos: ISTOÉ

Peru, novembro de 2011. Na América do Sul, os jornais da tribuna latina publicaram em suas manchetes: "Múmias descobertas com características não-humanas na cidade de Cusco". As notícias eram sobre duas pequenas múmias descobertas no distrito de Andahuaylillas, província de Quispicanchi, região de Cuzco, no Peru. As múmias estavam em um "Apu", montanha sagrada pertencente a uma divindade, localizado a mais de 2.00 metros acima do nível do mar, um domínio do deus Viracocha, que segundo alguns relatos, é cenário de frequentes avistamentos de objetos estranhos.

A descoberta foi divulgada à imprensa pelo diretor do Museu Ritos Andinos, Renato Davila Riquelme, que, em algumas ocasiões, descreveu uma das múmias como tendo características "não-humanas". Ele disse que os ossos das costelas e dos membros inferiores são muito finos e delicados. Uma das múmias tem uma abertura no topo da testa e os molares são de adulto. Um médico espanhol e dois cientistas russos examinaram a múmia e disseram que "não é de um ser humano". Mas para tal afirmação seria preciso uma análise de DNA dos restos mumificados, o que poderia ser uma prova definitiva, disseram as pesquisadoras russas Andrianova e Popova. O outro espécime é ainda menor e e mais estranho, com apenas 30 cm de comprimento e características semelhantes da primeira múmia. No entanto, este não tem rosto e seu corpo é coberto por uma fina membrana semelhante a uma placenta.
Museu Ritos Andinos - Foto créditos: Peru Travel Club
                                                           Cidade de de Andahuaylillas - Google mapa

A cabeça é de um formato estranho, quase tão grande quanto o seu corpo, medindo de 50 cm, grandes órbitas oculares e dentes com características não humanas e tem confundido a maioria dos antropólogos. As misteriosas múmias forma encontrados na cidade de Andahuaylillas, província sulista de Quispicanchi. Seu descobridor, o antropólogo Renato Davila Riquelme, está convencido de que as múmias, que agora estão em exposição no museu Rituais Andinos, localizada no distrito de Andahuaylillas em Cusco, Peru, pertence a um ser não humanos. Três antropólogos, da Espanha e da Rússia, foram ao museu para investigar as descobertas e concordaram que elas "não eram seres humanos normais".
“A cabeça é triangular, na verdade é do tamanho do corpo e pensei que era de uma criança, mas médicos espanhóis e russos vieram e nos confirmamos que não são".
disse a agência peruana RPP. Riquelme . Eles alegaram que não conhecem nenhum grupo étnico que tenha características físicas semelhantes das múmias e descobriram que a fina estrutura óssea não permite especular se seriam anões humanos com deformidades físicas. Os restos de um globo ocular na órbita direita ajudará a determinar o DNA e esclarecer a controvérsia.

Foto Créditos: Agência Peruana de notícia Andina

Os seres humanos poderiam ter cabeças maiores em um ponto e possivelmente maiores habilidades mentais? A resposta a essa pergunta só pode ser especulada, mas é certo que alguns humanos tiveram crânios maiores em algum momento. Os crânios alongados de Paracas  são evidências disso. Esses restos provam que houve civilizações  com maior volume de massa craniana que viviam no que hoje é o sul do Peru. Assim como muitos outros mistérios antigos, esse é mais um grande enigma da arqueologia. Há também teorias de que sejam dos antigos Nefilins descritos na Bíblia e em muitas culturas antigas ao redor do mundo. A grande verdade é que todos esses vestígios continuam envoltos em mistérios, e a ciência atual ainda não foi capaz de desvenda-los. A explicação alternativa para as descobertas bizarras é que os crânios teriam sido artificialmente deformados como parte rituais tribais. A prática do alongamento do crânio pode significar afiliação de grupos ou status social  e remonta a 9.000 anos. É comum em várias culturas tribais ao redor do mundo ainda hoje. No passado foi entre os maias, nativos norte americanos e aborígenes australianos. Os estilos de moldagem da cabeça se dividia em três grupos: plano, redondo ou cônico. Para alcançar a forma desejada, a cabeça era envolvida em um tecido apertado. No caso do achatamento craniano, a cabeça era colocada entre dois pedaços de madeira. A técnica geralmente seria realizada em uma criança, quando o crânio é mais flexível. O pano seria aplicado a partir de um mês após o nascimento e mantido no local por cerca de seis meses.

Na pintura abaixo de Paul Kane, vemos uma criança norte-americana Chinook no processo de achatamento de cabeça, e um adulto. Após o processo. A cabeça teria aparência similar a de muitos dos misteriosos crânios alongados encontrados no Peru. Assim, explicações científicas ortodoxas relacionam Crânios Alongados à "deformação craniana", causando crânios humanos alongados. Este foi considerado um fenômeno mundial encontrado em áreas como o antigo Iraque, Malta, Melanésia (especificamente perto de Vanuatu), Rússia, América do Norte e do Sul e possivelmente Egito durante o período de Amarna, durante o tempo de Akhenaton e Tutancamon, mas este último é debatido calorosamente pelos estudiosos. Em termos cronológicos datam aproximadamente de 4000 a.C. e 300 d.C. O processo de deformação geralmente muito cedo, talvez logo após o nascimento, e continuava até a completa calcificação do crânio estar completa. A maioria dos acadêmicos acredita que isso foi conseguido pela ligação do crânio com cordas e tábuas de madeira planas. Os últimos a realizar essas práticas foram os integrantes da tribo Mangbetu e os nativos de Vanuatu no final do século XIX na África.

 Créditos da imagem: Paul Kane 

Algumas culturas do Peru mostram a possibilidade de que alguns indivíduos tenham nascido com crânios alongados. Um incrível esboço detalhado, feito por Johan Jakob von Tschudi, e publicado em um livro que ele escreveu em parceria com Mariano E. Rivera em 1851, chamado Antiguidades Peruanas, mostra um feto humano com um enorme crânio alongado. O feto foi rotulado como Inca, mas sua localização exata não foi revelada por Tschudi. Curiosamente, como nenhum retrato dos incas foi feito antes da chegada dos espanhóis em 1532, não sabemos como eles se pareciam, levando em consideração também que uma brutal guerra civil que precedeu a conquista espanhola, provavelmente em 1531 resultou na grande maioria da família real inca abatida em 90%.

Créditos da imagem: Alchetron


Deformação craniana

Sociedades em todo o mundo retratam características distintas que definem sua cultura. Das roupas ao idioma falado, os costumes e tradições são passados de geração em geração, e cada um deles pode fornecer pistas sobre um determinado grupo cultural. Há uma série de costumes universais que são praticados em cada continente ao redor do mundo. Eles incluem circuncisão, morte, rituais de enterro e deformação craniana. Seu propósito e significado aparentemente perdidos pelo tempo nos deixaram mais perguntas do que respostas. Antigamente acreditava-se que as modificações na cabeça haviam se originado no antigo Egito e depois se espalharam pelo mundo. Pesquisadores no entanto  concluíram que esse fenômeno não foi isolado. Em vez disso, essa marca bizarra de sociedades antigas surgiu em todo o mundo em diferentes grupos culturais de formas independentes. Muitos acreditam que seja um passo inerente à "evolução" da cultura de um grupo, o que particularmente acho muito improvável.

Créditos da imagem: Marcia K Moore Ciamar Studio 

A deformação craniana é uma tradição distinta e dolorosa. O objetivo dela é alongar a forma da cabeça. Este procedimento uma vez realizado, não pode ser revertido. Os indivíduos que realizaram o procedimento ao contrário da circuncisão, não podem ocultá-lo. É um marcador visível permanente que identifica não apenas um grupo cultural, mas também seleciona indivíduos dentro dessa sociedade. Quando uma criança nasce, a cabeça do bebê é moldada em uma forma única, longa e esbelta. O método mais simples empregado era pressionar ou massagear suavemente a cabeça da criança diariamente até que a forma desejada fosse alcançada. O segundo método restringe a cabeça da criança em um dispositivo mecânico que, com o tempo, produzirá a forma alongada desejada. As modificações da cabeça são sempre realizadas durante a infância. É quando os ossos cranianos ainda estão macios e maleáveis e as suturas entre os ossos cranianos não são fixadas. Isso permite moldar ou remodelar a cabeça. Mas por que uma mãe sujeitaria seu filho a um processo tão doloroso e contínuo? Crânios exibindo sinais claros de deformação surgiram no registro arqueológico do início da era neolítica, começando por volta de 10.000 a.C. A prática de modificações na cabeça durante este período parece episódica. Isso pode ser devido ao número de indivíduos cujas cabeças foram modificadas ou que podem estar ligadas ao número limitado de restos mortais que foram desenterrados. Alguns dos primeiros exemplos de crânios antigos descobertos foram encontrados no sudeste da Austrália em Coobool Creek e Kow Swamp.

 Entrada da caverna de Shanidar Iraque - Foto créditos: JosephV

Notavelmente descobrimos que esse costume também foram encontrados na caverna de Shanidarno Iraque, no mesmo período. Nas terras altas do leste do Brasil, um crânio foi recuperado da Gruta de Confins, que remonta a 7.566 a.C. Começando por volta de 5.000 a.C, a tradição da modificação do crânio parece ter se expandido. Esta suposição é baseada no aumento do número crânios alongados recuperados. Alguns pesquisadores acreditam que a manipulação craniana cresceu rapidamente à medida que as primeiras sociedades de caçadores-coletores começaram a se aglutinar em ambientes urbanos. Estatuetas com crânios deformados também começam a aparecer no registro arqueológico, apoiando ainda mais a antiguidade e a distribuição desse costume. No mundo moderno, a tradição de deformação craniana é frequentemente associada a antigas culturas indígenas e não a civilizações ocidentais avançadas. Se foi praticado no mundo ocidental, pode-se supor que ocorreu em algum momento do nosso passado remoto e foi abandonado pela sociedade civilizada. Isso está longe de ser o caso.  Na Europa pesquisadores como o neurologista e psiquiatra Achille Foville, documentaram a prática da deformação craniana na França, examinando crânios de internos em um asilo público francês, em 1833 ele avaliou 431 indivíduos na instalação. Suas descobertas revelaram um notável 50% da população com sinais claros de deformação, com alguns deles sendo considerados severos em sua estimativa. Independentemente de onde foram encontrados, a maioria dos crânios modificados possui semelhanças notáveis. Sulcos transversais ou depressões foram observados nos crânios, indicando que a pressão foi aplicada na cabeça. Essas primeiras descobertas, assim como muitas outras mais recentes, mostram sinais claros de que foram manipulações intencionais e não  resultado de problemas genéticos ou congênitos. Existem duas formas primárias de deformação craniana artificial - tabular e circunferencial. As modificações cranianas tabulares envolvem a compressão da frente ou da parte  de trás do crânio da criança por meio de um berço ou outro aparelho cefálico. É o tipo mais proeminente de deformação encontrado em todo o mundo e inclui variações não intencionais, ainda que não naturais, do crânio. Após o nascimento, uma prancha é colocada na cabeça da criança. Isso achata a testa sua testa. Se a cabeça da criança for colocada e comprimida entre duas tábuas, tanto a frente como a parte de trás resultará numa forma mais exagerada. Esse tipo de modificação faz com que o crânio se expanda lateral e superiormente. O escritor Garcilaso de la Vega em 1609 descreveu os métodos usados pelos habitantes de certas regiões do Peru. Ele afirma:
"Desde o nascimento, eles pressionaram o crânio de seus filhos entre duas tábuas amarradas nas extremidades, que apertaram um pouco todos os dias ... Depois de três anos, o crânio de uma criança foi deformado para a vida toda, então eles removeram o aparelho."
A modificação da cabeça por meio do método tabular pode ocorrer de forma não intencional como efeito colateral das práticas de cuidado infantil. As modificações circunferenciais, por outro lado, são inquestionavelmente produzidas intencionalmente. Ligaduras constritivas são enroladas como um anel apertado ao redor do crânio forçando seu crescimento para cima. Este método reduz o diâmetro do crânio enquanto o empurra para cima e para trás. Até três bandas foram usadas para produzir uma forma de cabeça cônica. Evidências, baseadas em crânios descobertos, sugerem que o número de bandas aplicadas a indivíduos selecionados dentro de uma comunidade variava. As bandas mais usadas produzem uma forma de crânio mais exagerada. Tampas de encaixe apertadas ou capotas também foram usadas para produzir uma aparência alongada na cabeça. Pesquisas de deformação craniana em todo o mundo também revelaram uma outra descoberta notável: Se a tradição de deformação craniana tivesse se originado em um local e depois se espalhado pelo globo, então encontraríamos grandes áreas geográficas nas quais os métodos de modelagem da cabeça tabular foram empregados de forma única e depois outros que utilizassem o método circular. Um exemplo disso seria a descoberta de apenas modificações tabulares no sul e na meso América e modificações de estilo circunferenciais no Egito

Ao contrário disso o que encontramos são muitos casos em que ambos os tipos estão sendo utilizados dentro de uma proximidade relativamente próxima uma da outra. Por exemplo, para a cultura aimara da área montanhosa perto de Tiwanaku, no Brasil, a prática predominante era de compressão circunferencial. Ao mesmo tempo, nas áreas costeiras do Peru, as deformações tabulares foram predominantes. Mesmo nos países insulares da Oceania, modificações circulares foram encontradas em países como Malekula e New Hebrides, enquanto modificações tabulares são praticadas nas vizinhas Ilhas Salomão e na Nova Caledônia. Eles também descobriram que os métodos, costumes e tradições usados parecem os mais intensos em áreas geográficas específicas e se deterioram à medida que se afastaram deste ponto focal, até que finalmente a prática não ser mais executada. Essa dispersão sugere que esse rito foi estabelecido em centros culturais principais e depois se espalhou para as áreas circundantes. Em todos esses relatos e vestígios o que percebemos é que há uma grande diferença entre crânios alongados. Existem os que são naturais e os que são feitos proporcionalmente. A grande pergunta é? Porque essas antigas culturas se davam ao trabalho e a tortura de seus filhos de modificarem seus crânios? A resposta que vem a calhar é que esses homens tiveram contato com seres completamente diferentes de nossas origens, e assim civilizações antigas os tomaram por deuses tentando reproduzir sua aparência em si mesmos como forma de tributo e adoração.

Gilgal Refaim a Roda dos Gigantes

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