Photo by john antoni - CC BY-SA 2.0 |
Glorificados pelos Gregos modernos e exaltados nos épicos contos de Homero, os messênios sempre foram tidos pelos gregos como os reais ancestrais aperfeiçoados de sua sociedade tanto antiga quanto moderna. Seguidos pelos deuses, os guerreiros e reis de Micenas teriam protagonizado a famosa Guerra de Troia, sendo os responsáveis por tornar a Grécia uma região sofisticada e temida. Agora, cientistas descobriram que os atuais gregos realmente são descendentes diretos dessa tão poderosa civilização que dominou a Grécia continental e o mar Egeu entre os anos de 1600 a.C. e 1200 a.C.
Civilização esquecida
Homero foi um poeta épico da Grécia Antiga, ao qual tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada e Odisseia. Existe uma intensa discussão entre os acadêmicos relativo à natureza existencial desse suposto autor. Seria ele realmente uma pessoa real e, consequentemente, um gênio, capaz de produzir essas fantásticas obras? Ou será que Homero foi somente um símbolo para um processo de criação envolvendo diversos poetas ao longo da história? Isso é o que estes acadêmicos questionam. De minha parte não tenho dúvidas que ele foi um personagem histórico real e litaeral. Eles também argumentam se Homero seria um ancestral dos homeridae , uma corporação rapsódica formada por cantores profissionais da poesia Homérica associados à ilha de Quios. Tradicionalmente tidos como contos retransmitidos por bardos - sem muito importar a autoria, uma preocupação apenas moderna, a Ilíada e a Odisseia são obras centrais da cultura europeia e trazem importantes informações sobre a Grécia Antiga, apesar das claras licenças artísticas. Como são obras bem distintas, a suposta autoria única de Homero torna-se novamente abalada. Muito provavelmente os contos presentes nessas obras possuíram grande base de transmissão oral, talvez sendo escrito por Homero ou outros, em torno do século VIII a.C., quando a escrita estava significativamente disseminada na Grécia. Traços de repetições e fórmulas nas obras reforça, esta teoria. De qualquer forma, assim como Homero, os Gregos após século XIII a.C. não cansavam de contar histórias sobre os messênios , e a seus olhos, essa civilização original era maior do que a vida.
Heróis, imponentes reis, com feições de deuses e exuberantes cidades reforçavam os contos. Porém, assim como os Minoicos - cuja civilização floresceu a partir do ano de 3.000 a.C. na Ilha de Creta - os messênios se tornaram uma civilização perdida para o mundo moderno. Nenhuma evidência de Micenas ou da cidade de Troia tinha sido encontrada, até que em 1860 um arqueólogo amador alemão, chamado Heinrich Schliemann, ficou convencido de que os Troianos e os Micênicos de fato existiram. Então, fascinado pela Ilíada, e com sua cópia literária em mãos, em companhia da esposa, Schliemann em 1868 foi em busca da antiga cidade de Troia, orientado pelo conteúdo das obras épicas. Com base nas descrições poéticas, o explorador , auxiliado pelo fato de ser bastante rico, encontrou uma colina na moderna Turquia que se encaixava perfeitamente nas descrições de Homero. Imediatamente iniciou os trabalhos de escavação, revelando a antiga cidade de Troia. Empolgado, ele então foi para a Grécia e conseguindo encontrar também a cidade perdida de Micenas, nas montanhas. A Civilização Micênica desenvolveu-se na Grécia continental, aproximadamente entre 1600 a.C. e 1200 a.C., durante o Período Pré-Homérico. Os micênicos, também conhecidos como aqueus, formaram a última grande civilização desse período, e sua sociedade possuía um comércio ativo e era governada por um rei auxiliado por uma aristocracia guerreira.
Surgimento dos Messênios
Os historiadores acreditam que os messênios tenham se fixado na Península Balcânica por volta de 2.000 a.C. Ainda assim, o período de 1.600 a.C. e 1.200 a.C. foi estabelecido como o auge dos micênicos, época em que exerceram a hegemonia sobre a Grécia continental e as ilhas do mar Egeu. Os micênicos eram um povo indo-europeu que, assim como muitos outros, iniciou um processo de migração e acabou estabelecendo-se na Europa (outros povos indo-europeus estabeleceram-se no planalto iraniano e na Índia. A partir de registros arqueológicos, os historiadores concluíram que os micênicos referiam-se a si mesmos como “aqueus”. O nome “messênios ” foi utilizado em referência à cidade de Micenas. Por volta de 1.400 a.C., os eles absorveram a civilização cretense e ampliaram seu domínio para a ilha de Creta e para todo o Mar Egeu. Isso fez com que determinados elementos da cultura cretense fossem assimilados pelos micênicos, como certos símbolos sagrados da religião cretense que também foram encontrados na religião micênica, como o labrys que é um machado de lâmina dupla, e também e o chifre.
Características da sociedade dos Messênios
Os messênios constituíram grandes cidades na Grécia continental e, entre elas, destacaram-se: Pilos, Tirinto, Argos. A grande cidade micênica, porém, era Micenas, localizada na Península do Peloponeso, que era caracterizada como extremamente fortificada. A construção de fortificações era uma característica das cidades micênicas, e algumas chegavam a ter muros de 13 metros de altura e de até 8 metros de largura. As cidades micênicas – assim como nas cidades cretenses – tinham no palácio o grande centro administrativo, econômico e religioso, além de ser um local onde se estocavam inúmeras mercadorias.
A partir da existência de grandes fortificações, e também das evidências registradas nos afrescos (pinturas nas paredes dos palácios), os historiadores conseguiram concluir que os messênios era uma sociedade militarizada possuidora de uma aristocracia guerreira. Essa elite guerreira tinha importante papel na sociedade junto aos sacerdotes e o rei. Isso nos leva à conclusão de que a sociedade micênica também foi estratificada. O comércio micênico era extremamente ativo e manteve contato com inúmeros povos da Antiguidade. Isso foi comprovado por historiadores e arqueólogos pela grande variedade de mercadorias encontradas nas cidades micênicas e também pelo fato de que itens tipicamente micênicos foram encontrados em locais como Egito, Mesopotâmia, Chipre, entre outros. Especula-se ainda que, se a Guerra de Troia de fato existiu, e teria sido justamente durante o período dos micênicos. O grande registro a respeito da Guerra de Troia é o poema épico de Homero, a Ilíada. A falta de evidências arqueológicas dificultam o trabalho dos historiadores em concluir se o conflito em Troia foi de fato real ou apenas um mito micênico transmitido de maneira oral para as gerações helênicas seguintes. Apesar disso, algumas fontes hititas (povo que habitava a Anatólia) referiram-se à presença de um povo chamado Ahhiyawa (provavelmente os micênicos) na Ásia Menor, no período entre 1.400 a.C. e 1.200 a.C. A presença dos Ahhiyawa, segundo o termo usado pelos hititas, acabou interferindo na política de seus reis (rei dos hititas), que interviram militarmente contra esse povo em uma região chamada Wilusa, local que pode ter sido Troia. Especula-se que esse fato tenha sido o motivo maior que causou a Guerra de Troia.
A partir da existência de grandes fortificações, e também das evidências registradas nos afrescos (pinturas nas paredes dos palácios), os historiadores conseguiram concluir que os messênios era uma sociedade militarizada possuidora de uma aristocracia guerreira. Essa elite guerreira tinha importante papel na sociedade junto aos sacerdotes e o rei. Isso nos leva à conclusão de que a sociedade micênica também foi estratificada. O comércio micênico era extremamente ativo e manteve contato com inúmeros povos da Antiguidade. Isso foi comprovado por historiadores e arqueólogos pela grande variedade de mercadorias encontradas nas cidades micênicas e também pelo fato de que itens tipicamente micênicos foram encontrados em locais como Egito, Mesopotâmia, Chipre, entre outros. Especula-se ainda que, se a Guerra de Troia de fato existiu, e teria sido justamente durante o período dos micênicos. O grande registro a respeito da Guerra de Troia é o poema épico de Homero, a Ilíada. A falta de evidências arqueológicas dificultam o trabalho dos historiadores em concluir se o conflito em Troia foi de fato real ou apenas um mito micênico transmitido de maneira oral para as gerações helênicas seguintes. Apesar disso, algumas fontes hititas (povo que habitava a Anatólia) referiram-se à presença de um povo chamado Ahhiyawa (provavelmente os micênicos) na Ásia Menor, no período entre 1.400 a.C. e 1.200 a.C. A presença dos Ahhiyawa, segundo o termo usado pelos hititas, acabou interferindo na política de seus reis (rei dos hititas), que interviram militarmente contra esse povo em uma região chamada Wilusa, local que pode ter sido Troia. Especula-se que esse fato tenha sido o motivo maior que causou a Guerra de Troia.
Decadência dos Messênios
Os messênios iniciaram um processo de decadência por volta de 1.200 a.C. A decadência e o fim de sua cultura , assim como no caso dos cretenses, pode estar relacionado a uma junção de fatores. Os historiadores sugerem que grandes terremotos possam ter causado a destruição nas cidades micênicas. Além disso, acredita-se que a chegada dos dórios – outro povo indo-europeu – à região tenha desencadeado o fim desta civilização. Isso porque os dórios possuíam capacidade militar superior à dos messênios, como o uso de armas de ferro, enquanto eles, os micênicos, ainda utilizavam armas de bronze. Os dórios eram um povo que falava o idioma grego. Muito provavelmente migraram da região da Macedônia até penetrar o território grego. Dessa forma a decadência dos messênios iniciou um processo de diminuição populacional em toda Grécia (que pode estar relacionado com os desastres naturais e invasão dórica) assim como também com pequenas comunidades rurais que receberam o nome de genos. Com isso se iniciou o Período Homérico (1.200 a.C. - 800 a.C.) da história da Grécia Antiga.
Por: Kadumago História e Arqueologia
Por: Kadumago História e Arqueologia
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