Os Tuatha de Dannan Chegando na Irlanda |
Os Tuatha de Dannan são uma antiga raça de seres mágicos que, segundo a lenda, habitavam a Irlanda antes da chegada dos humanos. Conhecidos por sua habilidade em magia e por sua conexão com a natureza, os Tuatha de Dannan são figuras misteriosas e poderosas na mitologia celta.
Uma das lendas mais conhecidas sobre os Tuatha de Dannan é a sua chegada à Irlanda. De acordo com a tradição, os Tuatha de Dannan vieram do reino mágico de Tir na nÓg, trazendo consigo um grande conhecimento em magia e artes místicas. Quando chegaram à Irlanda, encontraram o povo dos Fir Bolg, que já habitava a ilha. Os Tuatha de Dannan travaram uma batalha épica contra os Fir Bolg, conhecida como a Primeira Batalha de Magh Tuireadh. Com sua magia e habilidades superiores, os Tuatha de Dannan emergiram vitoriosos e se tornaram os governantes da Irlanda.
Outra lenda famosa sobre os Tuatha de Dannan é a sua relação com os Deuses celtas. Segundo as histórias, os Tuatha de Dannan eram considerados como divindades pelos antigos celtas, sendo associados a figuras como o deus da guerra, o deus da cura e a deusa da terra. Eles eram adorados e reverenciados pelos povos celtas, que acreditavam que os Tuatha de Dannan tinham o poder de influenciar o mundo natural e conceder bênçãos aos seus devotos.
Tuatha de Dannan forjando Armas na floresta |
Além disso, os Tuatha de Dannan eram conhecidos por sua habilidade em forjar objetos mágicos. Segundo as lendas, eles criaram artefatos poderosos, como a Lança de Lugh, que nunca errava o alvo, e a Pedra Lia Fáil, que gritava quando um verdadeiro rei pisava sobre ela. Esses objetos mágicos eram considerados tesouros sagrados e eram passados de geração em geração entre os Tuatha de Dannan.
No entanto, apesar de sua grandeza e poder, os Tuatha de Dannan eventualmente tiveram que enfrentar um novo desafio. Com a chegada dos humanos à Irlanda, os Tuatha de Dannan foram forçados a se retirar para o reino mágico de Tir na nÓg, onde continuaram a viver em secreto, protegendo seus segredos e conhecimentos místicos.
Hoje em dia, os Tuatha de Dannan são lembrados como figuras lendárias da mitologia celta, sendo reverenciados como seres mágicos e poderosos que moldaram a história da Irlanda. Suas histórias continuam a inspirar artistas, escritores e amantes da mitologia, mantendo viva a memória desses antigos seres mágicos que um dia caminharam sobre a terra. Nesta postagem iremos aprofundar nossos conhecimentos e entender um pouco mais sobre os misteriosos Tuatha de Dannan.
Os Enigmáticos Tuatha de Dannan
O Dagda, uma antiga divindade da terra, cujas raízes se entrelaçam com os tempos agrícolas primordiais, protagoniza um papel distinto nas lendas celtas. Sob a sombra crescente do cristianismo na Irlanda, a imagem do Dagda foi distorcida, reduzida a uma figura caricatural, um gigante robusto de barriga proeminente. Uma representação lamentável para este venerado deus, conhecido nos mitos antigos como o "Bom Deus" ou o "Brilhante". Numerosas narrativas tecem a história do Dagda, revelando sua verdadeira grandeza e multifacetado caráter, merecendo ser reconhecido como tal.
Dagda o Gigante com chifres |
Quem realmente foi Dagda?
Os títulos que envolvem o Dagda são numerosos, seu nome original envolto em complexidade. No Cath Maige Tuired, ele desvela que seu verdadeiro nome é Fer Benn ("homem com chifres"), ecoando a presença ancestral do deus cornífero da floresta, Cernunnos. No entanto, o Dagda continua, desvelando sua nomenclatura completa como Fer Benn Bruach Brogaill Broumide Cerbad Caic Rolaig... e assim por diante!
Conhecido também como Eochaid Ollathair, o "Pai de Todos", o Dagda não era considerado o progenitor de todas as criaturas, mas sim o protetor amoroso de todos, uma figura paternal. Enquanto essa característica pode sugerir uma comparação com o deus nórdico Odin, a essência do Dagda o aproxima mais do guerreiro Thor, o Trovejante, com sua arma formidável. Sua mãe era a venerável deusa Dana, aclamada como a "Mãe de Todos", enquanto seu pai se destacava como Elatha, o rei dos Fomorianos. Entre seus irmãos, figurava Ogma, o deus da poesia, e Ler ou Lir, personificação do mar.
O Dagda ostentava o título de Ruad Rofhessa (poderoso vermelho ou nobre senhor de grande conhecimento), estabelecendo sua associação com os druidas e ressaltando sua sabedoria e poder incontestáveis. Outros títulos de igual importância incluíam Samildanach (denotando suas múltiplas habilidades ou talentos) e Cera (sugerindo sua natureza criativa divina).
Deus Sumério Anu |
Os Filhos de Danu (Anu/Anunnaki)
Apesar de ser um dos mais antigos entre os Tuatha de Danann, os Filhos de Danu (ou Dana), o Dagda não ascendeu como o primeiro líder do panteão. O reinado inicial foi conferido a Nuada, portador da Espada da Luz, um dos quatro grandes tesouros. No entanto, durante uma disputa territorial com os Fir Bolg, Nuada perdeu um braço.
O médico Dian Cecht, às vezes citado como filho do Dagda, concebeu uma mão artificial de prata funcional para Nuada, transformando-o em "Nuada Mão de Prata". Contudo, mesmo assim, ele não podia mais reinar, pois a tradição exigia que o líder fosse fisicamente perfeito.
Teria Danu ligação com o deus sumério Anu? Anu, também conhecido como An, é um antigo deus do céu da Mesopotâmia que mais tarde foi visto como o Pai dos Deuses e governante dos céus, uma posição que então passou para seu filho Enlil. É filho do casal Anshar e Kishar, céu e terra, respectivamente (ou filhos dos anjos), segundo filho do casal primordial Apsu e Tiamat (Antiga serpente).
E Tiamat, um dragão, ou se preferir, a Antiga serpente?
An ou Anu remete-nos a Anunnaki, que por sua vez nos leva a criatura aladas possuindo asas. Obviamente que isso culminará nas Sentinelas (anjos caídos) que desceram a terra em tempos imemoriais, e acabaram ensinando toda a sorte de conhecimentos às civilizações. Anu era adorado em muitas cidades da Mesopotâmia, mas Urak (Uruk, cidade natal do lendário Gilgamesh, um gigante que mediu por volta de 4 metros de altura, assim como rei Og de Basã. Era considerada a cidade sagrada específica de Anu. Ele era frequentemente adorado juntamente com Inanna, deusa associada aos grãos, o que simbolizava a adoração ao bom tempo e à abundância de comida pelos mesopotâmicos.
Anjos Sentinelas na terra em eras Antediluvianas |
Anu/Anunnaki/Anjos Caídos
Anu é frequentemente representado como um ser divino com corpo humano, mas com a adição de asas majestosas que simbolizam sua natureza celestial. Sua imagem é uma representação da ligação entre o divino e o terreno, demonstrando sua importância na mitologia suméria. As asas de Anu simbolizam sua capacidade de voar entre os reinos espiritual e terreno, além de representar sua autoridade e poder como uma divindade suprema. Esta imagem icônica de Anu é uma representação visual da riqueza da mitologia suméria e de sua influência na cultura e religião antigas. A imagem de Anu nos convida a explorar e compreender a complexidade e a beleza das crenças antigas, oferecendo uma visão única da espiritualidade e da conexão com o divino. Isso te lembra alguma coisa? Anjos Caídos!
O meio Formoriano no Bres Mac Elathan, no trono dos Tuatha de Dannan. |
Conflitos com os Fomorianos
Apesar da tradicional rivalidade com os Fomorianos, um meio-Fomoriano adotado, Bres mac Elathan, ascendeu ao trono dos Tuatha. Contudo, seu reinado foi breve. Os Fomorianos impuseram tributos opressivos, incitando ressentimento entre o povo. O filho de Dian Cecht, Miach, encontrou uma maneira de regenerar o braço de Nuada, restaurando assim seu reinado por mais vinte anos.
Bres, desejando recuperar o trono, aliou-se a Balor do Olho Mal. Antes da batalha iminente, Nuada consultou seu povo sobre que poderes trariam para auxiliá-lo. O Dagda, em um gesto impressionante, afirmou que empregaria todos esses poderes simultaneamente, conquistando assim o título de "Bom Deus" (Dagda) pela primeira vez.
O Dagda desempenhou um papel crucial na vitória sobre os Fomorianos, espiando seu acampamento antes da batalha. Durante uma de suas incursões, no Samhain, deparou-se com a Morrigan, que banhava-se em um rio. Da união de ambos nasceu Brigid, a deusa da cura. Em reconhecimento ao seu auxílio, a Morrigan profetizou a estratégia dos Fomorianos, pavimentando o caminho para a vitória sobre Balor.
Nuada entregou o comando da batalha a Lugh do Longo Braço, que triunfou valendo-se de sua lança sagrada, outro dos quatro tesouros. O Dagda, munido de uma imponente clava, capaz de derrubar nove homens de uma vez e restaurar a vida com sua outra extremidade, dizimou inúmeros inimigos. No entanto, nesse embate, Nuada foi decapitado e morto, culminando na ascensão de Lugh como líder.
Após a era de Lugh, o Dagda governou durante cerca de setenta ou oitenta anos. Possuía em sua posse outro dos tesouros lendários, o Caldeirão da Abundância (o coire ansic, ou caldeirão inesgotável), também conhecido como Indry. Este caldeirão jamais se esgotava de alimentos e tinha o poder de reviver guerreiros caídos.
Uaithne a Harpa Mágica
O Dagda também era reconhecido como uma divindade da música, graças à sua habilidade em tocar a harpa mágica Uaithne, também chamada de "a Música de Quatro Ângulos". Feita de carvalho e ricamente adornada com joias, dizia-se que ele controlava o tempo e as estações com esta harpa encantada. Foi assim que ele deteve o sol quando sua amante Boann estava grávida de seu filho Angus Og. Seria essa uma ligação ao Og de Basã da Bíblia?
A música de Uaithne era capaz de ditar a ordem nos campos de batalha ou entoar três tipos de melodia, evocando emoções que variavam entre profunda tristeza, alegria extasiante e sono tranquilizador.
Coire Ansic o Caldeirão Inesgotável
O Coire Ansic, também conhecido como o Caldeirão Inesgotável, é uma das lendas mais fascinantes dos Tuatha de Dannan, o povo mágico da mitologia irlandesa. Diz-se que este caldeirão mágico tinha o poder de produzir comida inesgotável, alimentando todos os que necessitavam, mesmo em tempos de escassez.
Segundo a lenda, o Coire Ansic foi um presente dos deuses para os Tuatha de Dannan, como uma forma de garantir que nunca passassem fome. Diz-se que o caldeirão era guardado por uma sacerdotisa poderosa, que cuidava para que apenas os merecedores pudessem usufruir de sua magia.
Uma das histórias mais famosas sobre o Coire Ansic conta como o herói Lugh Lamhfada, membro dos Tuatha de Dannan, conseguiu obter o caldeirão para seu povo. Lugh soube que os inimigos dos Tuatha de Dannan estavam se preparando para atacar e que a comida era escassa. Determinado a ajudar seu povo, Lugh partiu em uma jornada perigosa para encontrar o caldeirão mágico.
Após enfrentar inúmeros desafios e perigos, Lugh finalmente chegou ao local onde o Coire Ansic estava guardado. Lá, ele teve que provar sua coragem e sua nobreza perante a sacerdotisa guardiã do caldeirão. Com sua astúcia e bravura, Lugh conseguiu convencer a sacerdotisa de que merecia ter acesso ao Coire Ansic.
Quando Lugh retornou com o caldeirão para seu povo, a magia do Coire Ansic revelou-se verdadeira. A comida nunca mais faltou na mesa dos Tuatha de Dannan, e eles puderam enfrentar seus inimigos com força renovada. O caldeirão mágico tornou-se um símbolo de esperança e prosperidade para o povo mágico, lembrando-os de que, mesmo nos momentos mais difíceis, a magia e a generosidade dos deuses estavam sempre presentes.
O Coire Ansic é uma lenda que perdura através dos séculos, lembrando-nos da importância da partilha e da solidariedade. A história do caldeirão inesgotável nos ensina que, mesmo em tempos difíceis, a magia da generosidade pode trazer abundância e esperança para todos. Que a lenda do Coire Ansic continue a inspirar-nos a sermos altruístas e a partilhar aquilo que temos com aqueles que mais necessitam.
2 Comentários
Tudo que eu sabia sobre eles vinha da banda Tuatha De Danann, uma das melhores bandas do nosso país.
ResponderExcluirÉ mesmo, que legal o nome da banda!? Obrigado pela presença no bloge, seja sempre muito bem-vindo! 🫱🏼🫲🏽🗿👍🙂👌
ResponderExcluirSe você gostou deste conteúdo, deixe seu like e compartilhe. Até a próxima!