O Parque Arqueológico do Solstício, também conhecido como um misterioso monumento megalítico em Calçoene, situado no norte do estado do Amapá. Este observatório foi construído pelas comunidades que adotaram a cultura cerâmica da Tradição Polícroma da Amazônia, originárias da Ilha de Marajó e que se expandiram pela Bacia do Amazonas a partir do segundo milênio d.C.
Há amplo consenso na comunidade acadêmica de que o sítio foi utilizado como local de observação astronômica. No entanto, persiste muito debate sobre suas formas de uso e sua integração nos contextos culturais e materiais da vida social desses povos indígenas. Também são discutidas possíveis outras funções sociais do local durante sua ocupação.
Além de ser reconhecido como um observatório astronômico, há sugestões de que o sítio de Calçoene apresente características que levam os cientistas a considerá-lo como um sítio funerário. Isso se deve ao fato de que, além dos monólitos dispostos em círculo, foram encontradas urnas funerárias de cerâmica em suas proximidades, assim como vestígios de vasos decorados, fragmentados em cacos, que poderiam ter contido oferendas para os falecidos.
Os blocos megalíticos têm despertado o interesse em arqueólogos e pesquisadores de todo o mundo. Conhecido como o "Stonehenge brasileiro", esse complexo de pedras tem levantado questões sobre a existência de uma civilização avançada na antiguidade e sua possível ligação com outras culturas pré-históricas na região brasileira.
A descoberta desses blocos megalíticos em Calçoene remonta ao início do século XX, quando foram observados por exploradores e pesquisadores que se aventuravam pela região amazônica. No entanto, somente nas últimas décadas é que essas estruturas chamaram a atenção da comunidade científica, que passou a investigar mais profundamente sua origem e significado.
Os blocos megalíticos de Calçoene são compostos por grandes pedras dispostas de forma organizada, algumas chegando a pesar toneladas. Sua disposição e alinhamento sugerem um conhecimento avançado de astronomia e geometria por parte dos construtores, levantando questionamentos sobre a capacidade técnica e científica de civilizações antigas.
A semelhança entre os blocos megalíticos de Calçoene e estruturas megalíticas encontradas em outras partes do mundo, como Stonehenge, na Inglaterra, e as pirâmides do Egito, tem levado pesquisadores a considerar a possibilidade de uma rede global de conhecimento e intercâmbio cultural entre civilizações antigas. Essa hipótese sugere que essas culturas poderiam ter compartilhado conhecimentos e tecnologias avançadas, desafiando a visão tradicional de que as civilizações antigas eram isoladas e primitivas.
Além disso, estudos arqueológicos e geológicos realizados no sítio de Calçoene indicam que esses blocos megalíticos podem ter mais de 5000 anos de idade, o que os coloca como contemporâneos de outras grandes civilizações da antiguidade, como os egípcios e e outros povos do Oriente. Essa descoberta reforça a ideia de que as civilizações pré-colombianas das Américas possuíam um alto nível de desenvolvimento cultural e tecnológico, desafiando concepções eurocêntricas sobre a história da humanidade.
A ligação dos blocos megalíticos de Calçoene com uma civilização avançada da antiguidade ainda é objeto de intensos debates e pesquisas. No entanto, as evidências encontradas até o momento apontam para a existência de uma sociedade complexa e sofisticada, capaz de realizar feitos monumentais e deixar um legado duradouro na paisagem e na história.
O estudo desses blocos megalíticos não apenas lança luz sobre o passado remoto da região amazônica e do Brasil, mas também desafia nossas concepções sobre as capacidades das civilizações antigas e o intercâmbio cultural entre diferentes partes do mundo. A compreensão dessas estruturas megalíticas pode fornecer insights valiosos sobre a evolução da sociedade humana e sua relação com o ambiente natural ao longo do tempo.
À medida que novas descobertas são feitas e novas tecnologias são aplicadas ao estudo dos blocos megalíticos de Calçoene, podemos esperar que mais peças desse intrigante quebra-cabeça sejam reveladas. O "Stonehenge brasileiro" representa não apenas um enigma arqueológico, mas também uma janela para o passado misterioso e fascinante das civilizações antigas.
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